um candidato a trabalhador, num estágio de uma semana, o comum nas fábricas chinesas, lança-se da cobertura de um prédio para a morte. fala-se de um caso amoroso, fala-se das condições de vida e trabalho na China do capitalismo. a empresa é a Foxconn, de Taiwan mas com fábrica entre outros locais em Zhengzhou. os trabalhadores não podem falar durante as horas de trabalho que foram recentemente alteradas para as sessenta horas por semana (12 horas por dia de semana, ou 10 incluindo sábado ou oito horas e meia de trabalho incluindo sábado e domingo). a empresa orgulha-se de estar no grupo da Fortune 500. quem trabalha nas fábricas 'vive' em complexos habitacionais de arranha-céus cinzentos de vinte, trinta, cinquenta andares. o suidício do jovem de 24 anos não foi um caso isolado: outros três acabaram com a vida no mesmo mês, abril do ano passado. 24 e quatro pessoas tinham terminado a sua vida nos meses anteriores. a Apple resolveu fazer uma auditoria às instalações, os telejornais falaram em alegadas más condições de trabalho, com a falta de escrúpulos que os caracteriza, e chegou-se então às medidas de correcção: as tais 60 horas de trabalho por semana, as varandas e telhados dos prédios foram tapados com redes, os trabalhadores assinam uma cláusula no contrato em que prometem não recorrer ao suicídio.
excepcional o filme de Jia Zhangke. a história acima não é o resumo do filme mas faz parte dele.
Zhengzhou é uma das cidades da Foxconn.
um mapa de poluição que não temos.
Jia é um realizador do regime.
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