light gazing, ışığa bakmak

Monday, November 17, 2014

winter sleep, Kış Uykusu


o cinema. há meses longe das salas de cinema, que regresso o meu ao grande ecrã no centro de congressos do estoril para uma obra-prima de mais de três horas. humilhação e arrependimento, aqui está todo o sentido da vida. (posso re-escrever ou acrescentar durante algum tempo, corrigir erros feitos quase a dormir, pensar noutra cena e noutra, relembrar palavras. quis comprar o cd na Istiklal mas estava ainda nos cinemas.)

cada uma das cenas de que me lembro é perfeita. a tensão quase se toca, na plateia. quando o homem dispara na cena de caça, a mulher ao meu lado saltou para trás na cadeira. ninguém é perfeito, mas humano. a minha casa és tu, diz ele. na capadócia.




consciência, moral, valores, o islão, a cultura, a fé, os princípios, a caridade, o bem e o mal, a liberdade, a pobreza, a miséria, a humilhação, o poder. o teatro, a história do teatro turco.


“The human is a very complex creation. I wanted to show that complexity as it is. All of us are complex. One day you think – this is a very good man. But the next day he becomes very brutal."

“No, some people go to these … entertainments. I like melancholic things better."

daqui.

"I decided to shift towards a more literary type of dialogue, and to see whether Shakespeare and Dostoyevsky could work on the silver screen. Nevertheless, as the dialogue was fairly laborious, I needed professional actors because non-professionals would have had trouble delivering the lines."  (o que posso dizer...)

"Trying to understand the human soul is what motivates me to make films."

daqui.

- -
a história foi inspirada por três contos de Chekov, não o teatro, mas essa questão está aberta. Chekov é um todo. se por vezes Ceylan tem silêncios longuíssimos, este sono de inverno lembrou-me Bergman pelo inverno, pelas personagens, pelo tipo de diálogo e por ser um filme de palavras, se isso é possível, poético. o filme anterior é inesquecível, este é uma obra maior que cumpre o desejo do realizador.

quem conhecer a linguagem, reconhecerá imagens de outro lado ou de muitos sítios, de muitos livros, cinema, pintura, fotografia. mas é preciso falar cinema.
por exemplo, esta:



No comments:

 
Share