light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, October 2, 2007

"dégueulasse"... sem fôlego, no fim do fôlego, breathless

O princípio do "cool", quando o cinema se transformou e perdeu os trejeitos de coisa muito certinha. Não venho dizer nada de novo. Revi o atraente "À Bout de Souffle" ("o melhor filme da actualidade, como foi descrito) de Jean-Luc Godard que me levou a pensar que para fazer cinema é preciso muito pouco ou pelo contrário muita coisa que se descura quando o aparato técnico se avoluma. Os truques de câmara e as novas técnicas deste filme fizeram dele um marco eternamente copiado (a origem do "Martini man"!). Elegante, sexy, caótico e no extremo da linguagem, o filme respira no extremo como o faz o personagem inesquecível de Jean-Paul Belmondo.

Vi o Breathless de Richard Gere (1983) e não desgostei, particularmente da cena final. Mas o pararelo com este "breathless" de 1960 empalidece a nova versão, afinal um filme sem história. Um pouco como quase todos os remakes americanos de filmes que foram muito bem feitos por europeus muitos anos antes.

E sobre este filme de uma perseguição (à francesa) e de um amor que o desejou ser mas não o foi por impossibilidade de empatia e por indiferença (a muito "dégueulasse" Patricia Franchini a abrir caminho para uma mulher que ainda hoje escapa), não devo dizer mais nada a não ser aconselhar a leitura deste artigo no "Senses os Cinema". Para além das palavras sobre o filme, deixo apenas algumas palavras dos diálogos de que sinto falta em tanto cinema actual.

"Não uses os travões! Os carros são feitos para andar, não para travar."

"Está bem, vou contar até oito. Se não sorrires, estrangulo-te."

"Olhamos um para o outro nos olhos e não serve para nada.""Conheces o William Faulkner?
Não. Quem é ele? Dormiste com ele?"

"Que idade tens? Cem anos. Não pareces nada."

"Eu disse-te que ter medo é o pior pecado que existe."











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