light gazing, ışığa bakmak

Monday, June 22, 2009

Maboroshi No Hikari ou A Luz da Ilusão de Hirokazu Kore-eda (1995)


um casal novo vive num pequeno apartamento em Osaka. o homem trabalha numa oficina, a mulher está em casa com o bebé. apercebemo-nos da adoração que a jovem mulher tem pelo seu marido. a sua felicidade contrasta com a aparente apatia dele. todos os dias o homem vai de bicicleta para o trabalho num percurso paralelo à linha do comboio. uma noite não regressa, o corpo é encontrado mais tarde na linha. não se sabe se foi acidente ou suicídio. depois da sua morte, a jovem mulher fica apática, descura até a criança, de quem as vizinhas têm de tratar. uns cinco anos mais tarde a sua situação é reposta por intermédio de amigos e família preocupada: casará com um viúvo, que vive no campo. antes de abandonar o apartamento, agora vazio, Yumiko, a mulher, folheia o álbum de fotografias do seu primeiro casamento. depois fecha a porta e desce a escada do prédio dando a mão ao seu filho ainda pequeno.








entre esta e a parte seguinte passaram oito dias da minha vida.

"When I was making Maborosi, I deliberately eliminated a lot of things. If you heard only the story-a woman loses her husband to suicide, takes the child she is still breast-feeding and remarries, moving to a harbor town on the Noto Peninsula-you'd expect to hear enka (old-fashioned emotional songs) on the soundtrack. Like something Shochiku would make. Even though I liked the novel itself, when it came time to turn it into film I thought about what to do to make it something I would want to see. I thought I'd try to limit the expression of emotion, to create a different kind of emotional expression that didn't depend on close-ups of crying faces to communicate the character's feelings. I was experimenting to see how much I could communicate of the characters' feelings by making the light and shadow and sounds that the central female character experiences reverberate within the frame. I was the one who made the rule, and unfortunately I obeyed it, even though when I got to the shoot and saw Esumi Makiko, there were so many times when I thought, "I'd like to film that expression." (H. Koreeda) a entrevista completa aqui.







luz e sombra e sons

o som do mar, que entra pelo quarto dentro da nova casa, aqui onde não se vê o comboio passar. as cores interiores a lembrar tanto Rembrandt. maborosi, a strange light far out sea que nos chama, não se sabe porquê. podemos segui-la ou podemos nadar de volta.







na sua nova vida, tudo vai bem, um bom marido, as crianças que se adoptam, o avô sem esforço, casa grande. até que tem de regressar a Osaka para uma visita curta e o regresso faz voltar a dúvida. passada a sombra da tristeza, Yumiko escolhe a vida.





absolutamente bonito este filme, tranquilo.
a minha imagem favorita, a da vida, a luz e o relógio. ("o que tens?")

(ou alto, mais alto, altíssimo)

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