It's interesting how the McPherons are part of a long tradition in American literature, the gentle giants, naïve countrymen, rough but shy, the original pure and innocent ones (so much like An American Abroad). And like their every other expression of the same ideia, they never fail to please. The lonely settler, the man of the land, the plains settler living simply under the immense skies of midwestern America, honesty and hard work.
(uma vez disse-nos porque gostava tanto de viver ali: porque da porta da sua própria casa não via a casa de nenhum vizinho. ao fundo do campo aberto que era o seu quintal das traseiras andavam muitas vezes animais selvagens como raposas ou corças. alguns metros à frente passava um ribeiro limpo onde os miúdos pescavam à linha no verão. o caminho que levava à sua casa não era alcatroado e atrás de nós elevava-se um rasto de pó no tempo seco. o vizinho, aquele que se escondia por detrás de uma elevação que na minha terra daria espaço para três ruas e dois parques infantis, pelo menos, tinha um estábulo com três cavalos que o filho mais velho gostava de ir tratar. alimentar, banhar, escovar. no verão juntavam-se no terreno uma dúzia de crianças de várias idades que brincavam com o tractor de cortar a erva, bicicletas e trampolins. no inverno juntavam toda a espécie de tralha e vendiam na net. nunca comiam à mesa mas no sofá - horríveis refeições de micro-ondas.)
an interview with Kent Haruf, here.
light gazing, ışığa bakmak
Tuesday, January 20, 2015
the McPherons
Publicado por
Ana V.
às
11:25 PM
0
comentários
TAGS Kent Haruf, Stuff
Wednesday, January 14, 2015
'Plainsong', Kent Haruf
com surpresa, existe em português, este livro de 1999. o autor morreu em Novembro passado.
"Downstairs, passing through the house, Guthrie could hear the two boys talking in the kitchen, their voices clear, high-pitched, animated again. He stopped for a minute to listen. Something to do with school. Some boy saying this and this too and another one, the other boy, saying it wasn't any of that either because he knew better, on the gravel playground out back of school. He went outside across the porch and across the drive toward the pickup. A faded red Dodge with a deep dent in the left rear fender. The weather was clear, the day was bright and still early and the air felt fresh and sharp, and Guthrie had a brief feeling of uplift and hopefulness. He took a cigarette from his pocket and lit it and stood for a moment looking at the silver poplar tree. Then he got into the pickup and cranked it and drove out of the drive onto Railroad Street and headed up the five or six blocks toward Main. Behind him the pickup lifted a powdery plume from the road and the suspended dust shone like bright flecks of gold in the sun."
ler este canto chão é como estar lá, numa pequena povoação da américa interior, nas planícies que no Colorado se estendem em frente a Denver.
passámos no corn palace em Mitchell, sítio de que já devo ter falado uma série de vezes, e mal sabíamos que a m. iria para lá, para aquele final de mundo, estudar. mas não aguentou o inverno e como a compreendo. o que soubemos foi que a família que a acolhia se admirava infinitamente pois cozinhava coisas estranhas e deliciosas, todas 'from scratch' e sem tirar nada de pacotes de já feitos. ali em muitos sítios já não se cozinha, pior que Inglaterra nos primeiros programas do Jamie Oliver.
mas Mitchell fica no Dakota do sul e a fictícia Hold de Haruf fica na planície do Colorado. em comum têm o facto de serem uma pequena localidade, embora Holt não tenha nem uma universidade nem um landmark como o palácio de milho, capaz de atrair milhares de turistas os meses do verão. a realidade, vista profundamente pelo escritor e contada com transparência cristalina e fria, é rainha no canto chão de Haruf. é muito interessante, mesmo muito, que a realidade mais quotidiana, comezinha em contraste com o que é divino ou grandioso, seja precisamente aquilo que é mais sagrado, nesse aspecto de precioso. enfim, é o que os sobreviventes temporários de cancro todos dizem nos livros que desatam a escrever: são os pequenos nadas de ser humano e sobre isto falam mil obras literárias entre elas esta admirável Plainsong que me levou de volta a um local em que por vezes me senti em casa.
Publicado por
Ana V.
às
4:59 PM
0
comentários
TAGS Kent Haruf