light gazing, ışığa bakmak

Monday, January 17, 2011

Chantrapas, Otar Iosseliani

em semanas consecutivas, Tulpan do Cazaquistão e este 'não cantarás' de Tiblisi, na Georgia, e é onde acaba a semelhança, à primeira vista. ouvi que estepe se diz stipi, sem o nosso agressivo 'é' no caminho da palavra, o que foi uma surpresa que ainda não me deixou (redizer tudo, de tantos anos).



Chantrapas é dseconcertante por ser tanta coisa e o seu oposto. é ficcional e documentativo, realista e surrealista, passado e presente, suave e rude, cómico e trágico, político e apolítico e, esticando, fellinesco com todas as nostalgias de Tarkovsky e seus antecessores. como são desconcertantes todos os cenários, interiores e exteriores, apinhados de objectos, coisas, fumo, álcool, plantas, mobiliário, canções, música, retratos, pedras, pessoas.

a história/plot segue um realizador que tenta fazer filmes e que na sua persistência em ser independente (até arrogante, diz o francês) é continuamente assediado por todas as tentativas de censura, a leste e deste lado. o modo irónico de olhar a França e os franceses lembrou-me o Segredo de um Couscous, no título português, também uma história de exílio.



aqui, em .pdf, nos Films du Losange.

"Later Chantrapas became a common word: the “chantrapas” were the
“good for nothings”, the excluded… A bit like my main character, who is
censored in the Soviet Union, and less well received than he expects in the
West. Victor Hugo, Fritz Lang, René Clair, Orson Welles, Tarkovski, Askoldov,
Chenguelaia… all were excluded, they were “Chantrapas”, forced to leave
their native countries, not knowing very well how to swim in these unknown
waters, each with an inner wound."

do mais hilariante


à mais suave ternura

desconcertante

queria ter uma frase dita no quase início, "eles destroem tudo... "

a artigo na Ípsilon.

"Chaque film d'Otar Iosseliani contient la promesse d'un monde original mais désormais familier. Un univers doucement burlesque, subtilement satirique, au sein duquel s'agitent, apparemment confusément, des personnages, jamais complètement extravagants, jamais totalement ordinaires. Un film de Iosseliani est souvent l'amusant récit d'une quête de la liberté et l'éloge convaincu d'une forme d'individualisme, voire d'égotisme nonchalant, la peinture anti-naturaliste, enfin, d'une société aux traits parfois contemporains, et qui semble fallacieusement se situer hors de l'Histoire.", do artigo no Le Monde.
- - -

No comments:

 
Share