light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, April 20, 2010

Les Herbes Folles

às primeiras imagens das Ervas Daninhas de Alan Resnais queria tocar com o cotovelo no vizinho (não eram muitos, vinte, e já são mais do que o costume) já tirei esta foto! o preto do chão e do preto as ervas verdes. quando acaba a lista de nomes entra-se a direito nas imagens sons cores palavras música. os pequenos detalhes. um minuto de filme e ficaram quase todos para trás. fico a pensar que este talvez venha a ser o melhor filme que vi este ano. "quando eu for um gato, posso comer croquetes?"


há uma unanimidade contra este filme que entendo só lembrando a mesma unanimidade contra o Inland Empire. porque não faz sentido, ilógico e sem a moral sobremesa com cereja. vi-o por vezes como poema em movimento. vi ligações claras à escrita de Lobo Antunes, sem a amargura: palavras repetidas, temas, movimentos que se fixam e representam um momento, uma pessoa. as ervas li-as como os pensamentos fora do caminho, os que se revoltam e nascem contra toda a probabilidade. coisas importantes se devem a detalhes insignificantes. os pés de marguerite no tapete redondo, a balouçar.


Qui sont Marguerite Muir et Georges Palet, ces deux êtres que tout oppose, qui vont se rencontrer, contre toute attente ?
Ils m'ont fait penser à ces plantes des villes qui poussent dans des endroits improbables. Margaret Muir comme Georges Palet n'ont aucune raison de se parler, ni d'établir des rapports amoureux. Et pourtant. C'est pour ça qu'ils m'ont fait penser à des herbes folles. Nous sommes tous des herbes folles, poussées entre les pavés gris de la ville. Selon l'heure ou les mélanges chimiques qui s'opèrent dans notre cerveau, le même événement sera pris d'une manière radicalement différente. Là, vous allez dire que je fais du Henri Laborit ! (Rires.)

e nem tinha visto isto: "Mais cela me fait plaisir que vous associiez mon nom à celui de Lynch.C'est un cinéaste que j'aime beaucoup.." se a cultura se feminizou, não deviam ser pacíficas as cores, sensações, emoção -ditas femininas, que mentira. sentidos, impressões, memórias. textura de água e não estrutura. sac volé -- sac volant. se fosse música chamava-se divertimento. a face de Marguerite na água branca.


« Quand on sort du cinéma, plus rien ne vous étonne. Tout peut arriver avec le plus grand naturel » declara o narrador e quem disse que nos livros não se lê, nem concordo. no cinema vai-se tanto ao cinema. Fellini no cinema, tanto como as Ervas no cinema. até o miúdo do chocolate, no filme sueco. ainda a brincar (quem vai beber um café duplo a esta hora?)
for the love of film.


vermelho

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