light gazing, ışığa bakmak

Showing posts with label travelling. Show all posts
Showing posts with label travelling. Show all posts

Thursday, December 10, 2009

Canby, Minnesota


mesmo assim, tenho tido a sorte de conhecer verdadeiras senhoras.

e assim é, vinte e quatro horas inteiramente minhas, são necessários sessenta minutos para absorver a novidade. depois de outras vinte e quatro em mau estado.
recuperando o que se viu em sonhos, onde está na ficção essa senhora que luta com a vida. imediatamente me lembro de The Greatest Generation, de Tom Brokaw ou mesmo as histórias coligidas de Paul Auster, algumas serão desse norte under-exposed, onde a fronteira já não existe há muito tempo mas em que se respira ainda, pois a natureza é vil bela e mortífera, esse edge de vivência-sobrevivência. claro que a ficção-bibelot do Estado é a de Laura Ingalls-Wilder. lá vi a casa, a pradaria, a escola, tão mais cuidados que o nosso parque-bibelot, Gerês de nome. outro para não esquecer, embora mais radical do que qualquer outro e já longe desta pradaria do Minnesota Oeste, The Rootbeer Lady, que me traz vontade imediata de marcar passagem para Ely, os lagos do norte, que ficaram por ver. Boundary Waters, tudo num nome. (a saber que elevadores e elevatórios e elevações não fazem grande história, o meu reino por um recheio). em viagem. os quebra-gelos e a ponte elevatória. o restaurante circular. ou de um salto, Lake Wobegon, tão grande como aquela Casa, "Where the women are strong, the men are good looking, and all the children are above average". e o eterno-sorriso suave, os grandes frascos de pickles na cave, os comedouros cheios de pássaros que vias pela janela das traseiras, os dois metros de neve em frente à sala, os tomateiros primaveris nas mãos da tua filha. a arte dos quilts, ou a memória dos quilts, exercício de comunidade. era verde e fez-me lembrar um cemitério à beira de um lago, na terra dos mil, o mais bonito.

Saturday, July 18, 2009

chamam-lhe Rota dos Sabores

e o nome assenta às mil maravilhas. em dia final dentro de outra muralha, a de Estremoz, para onde várias vozes me encomendaram o mercado. paralela à fila das velharias - chaves, lanternas, tesouras, pratos, ferrugem - estavam os verdes e a fruta que eu procurava. dois sacos de ervas, um ramo de orégãos frescos por meio euro (e agora?), e um saco das melhores pêras que me lembro desde que as apanhava empoleirada nos ramos. pêras e maçãs minúsculas que o pequeno instalou no banco de trás com maior voracidade do que a das batatas mcdonalds. não sei como se chamam, mas garanto que fiquei feliz com o fim dos tamanhos-de-pacote da Europa. talvez agora se possa voltar a comer fruta verdadeira. dois momentos que guardo: a mão enrugada que me escolheu com cuidado a melhor fruta e a paisagem estranha que junta no mesmo quadro uma colina de pedra e as suas árvores-guindaste ao mármore branco do cemitério. por ali correm à solta os cavalos ciganos.


depois do autêntico foi tempo para a novidade, o restaurante Alzulaich. instalado num solar restaurado e transformado em hotel de cinco estrelas, como vim a descobrir depois do almoço na minha onda de deixa-cá-ver, aqui reencontrei o tinto Monte Seis Reis, servido a copo como vinho da casa, muitíssimo agradável. a refeição foi servida no alpendre do jardim, amena e pela fresca, com o marulhar da água a cair na piscina ao pé. todos os pormenores são perfeitos mas a comida reflete a decoração: afrancesada com salpicos de tradicional português. devo dizer que a combinação acaba por resultar bem e o preço não é um delírio como em alguns locais da capital. do paté de cogumelos e do azeite com orégãos ao magret de pato, cheguei à miscelânea de sobremesas pronta para a sesta. nas sobremesas, de novo, esperava mais alentejano e menos internacional, mas o que estava era excelente. um local vivamente aconselhado a casais românticos, gourmets e amantes da boa vida e do detalhe. tal como o Monte dos Seis Reis, este local sinaliza uma nova vida para o Alentejo que corre serena e em paralelo aos costumes antigos. na saída, o travo frutado da saudade.







Friday, July 17, 2009

para lá da cidade das torres


a meiguice branca do Alentejo


claro que sou turista ocidental, à procura do que é bom, esquecer o mau. não tenho memória nem registo de histórias, fome, doença, pestes ou provações. vejo tudo a branco, toalhas à janela. as santas são de barro colorido e o inferno não era aqui. manjar celeste.

Badajoz, muito antes e muito depois de ser a cidade do desejo lusitano, já era a cidade das torres. são várias espalhadas pela cidade, muitas delas em mau estado de conservação. não sei se a memória dos cercos e batalhas é ali próxima demais, se a memória dolorosa atira o tempo para a frente na direcção do futuro. tudo se comercializa e as defesas de pedra dão lugar largo ao redondo das rotundas de boas-vindas. seria interessante contar as placas que dizem "Carrefour" e esgrimi-las contra as que dizem "torre Espantaperros", ainda para mais imaginando que os perros somos nós. ("Por desgracia, los actuales accesos y el mantenimiento de la torre no permiten ser abierta al público."), bela torre octagonal anterior à torre de ouro de Sevilha. pelas ruas muito europeias de Badajoz procuro o branco e não o encontro. laranjas, amarelos e ocres, cores da Espanha. como se muda a paleta numa distância tão curta. e é no rendilhado das ruas mais velhas e das pequenas casas sinuosas que se amontoam, ruínas e pobreza, que o encontro. pode não passar de conjectura ou sonho alto, mas fantasio no passado apagado à força de cor e, neste caso, eu teria de entrar em Badajoz coberta de ocre.

quem precisa de rebajas quando as ruas de Elvas estão aqui ladeadas de atoalhados e lojas chinesas, indianas, lojas dos trezentos e aventais à porta. enquanto em Espanha se dorme a sesta, aqui está tudo cá fora, mulheres de pé, homens sentados. há um grande movimento em Elvas, regresso ao branco e às janelas trabalhadas, ferro forjado, muitas santas e preciosismos nas fachadas. por fora, cascas múltiplas de muralhas sucessivas e pequenos torreões nacionalistas e resistentes. estamos cá, Espanha! acima do pensamento correm as águas do aqueduto, as ideias a rasar janelas imaginárias.








Thursday, July 16, 2009

green waves

-






por onde contar árvores é tão difícil como contar estrelas, longe da poluição luminosa. ondas verdes que descansam. por muito que goste das árvores afiadas sobre a neve do Norte ou do verde idílico da Europa francesa e italiana, esta é a minha paisagem e é o cheiro que reconheço melhor, logo a seguir aos musgos da serra da lua. o horizonte em rosa, o arredondado de tudo, verde escuro, o sobreiro a mais bela das árvores, o branco e o azul, esqueço e lembro que o Alentejo é facilmente a terra mais fotogénica que se pode encontrar. o carteiro podia ter sido filmado aqui, todos os sam shepard pertencem a estas bandas também, apenas mantido à distância por gerações de neo-realistas e marialvas a cavalo. talvez não nos seja assim tão fácil criar símbolos, temos pés de pedra no passado. desde o Vimieiro, pequena localidade sui generis onde cada casa é para olhar à água azul forte de Montargil. nas margens, sinais da recente descoberta citadina, novas construções a anunciar coisas fechadas, decerto "de luxo", carreiros de palmeiras deslocadas em local privado. sentimentos contraditórios.

em Mora, um largo minúsculo concentra duas igrejas, cara a cara, o café, o banco, a papelaria e a farmácia (e que mais é preciso?), acertei no restaurante O Afonso, uma casa com cinquenta e cinco anos orgulhosos, com quadros na parede, medalhas, prémios e o apreço de Miguel Sousa Tavares e Marcelo Rebelo de Sousa. ficou um pouco aquém da expectativa embora a simpatia e o profissionalismo sejam de muitas estrelas. dedicada à caça, tudo resto é trivial. a pedir alguma renovação para que se continue a bem alimentar a corrente de reconhecimento exibida na parede. a estrela de Mora é, claramente, o Fluviário. bem construído, bonito, bem organizado por quem transmite conhecimento com qualidade. de zero a dez, vai um dez redondo. dá gosto ver projectos assim no meu país. e de lá veio uma anaconda de brincar enquanto a verdadeira se enrolava à vista. gostámos da sala de actividades, da cascata, do edifício, da passadeira exterior e, mais que tudo, dos aquários. enquanto as lontras dormiam, ouvi cá fora junto aos cisnes negros a sua história e como o que se pensava ser um casal eram afinal dois machos.

devagar pela maré verde oliva até chegar aos campos carregados de uva, as caves abertas para degustação e compra em redor de Estremoz, onde me dizem que há uma boa feira ao sábado. daí a Sousel é um passo. fora da vila e bem no alto, com quilómetros de vista para o pôr-do-sol alentejano, fica a pousada, gasta como uma mulher que envelheceu precocemente e que precisa agora de carinho. logo ao lado a igreja branca de risca azul guarda com fidelidade cristã uma das praças de touros mais orgulhosamente solitárias que já vi.

Saturday, June 6, 2009

pannacotta

check. and the meaning of the word Europe: "There is a comfortable InterCity train connects Brussels-Noord station and Amsterdam Central Station, that runs roughtly every hour during the day time. The single ticket is only 33.40 Euros and the journey takes about 2 hours and half." (Brussels - Antwerp - Rotterdam - The Hague - Amsterdam, o sonho de qualquer marinheiro.)

Wednesday, January 28, 2009

Saturday, January 24, 2009

stuff to remember in the not so new millenium

e na sequência de post anterior, o Al's Breakfast. que eu me lembre não tem livros, mas não faz diferença. o café across the street tinha. e sofás, wifi gratuito e uma cabina telefónica londrina. neste pequeno corredor à laia de cozinha anos oitenta em dormitório suburbano muito português -ai a fórmica- há um balcão comum. os que esperam, fazem-no atrás, de pé. quem se despacha derrubando um pequeno almoço que só por si derrubaria sansão, vai saindo para dar lugar ao próximo. tão famoso que tem lugar na wiki . Dinkytown.





Friday, January 23, 2009

semínima

squeezing flavor out of the word lemon.

saindo de chicago para norte, pela IC90 que depois vai ser IC94, passa-se ao lado dos subúrbios ricos da cidade depois de se terem visto os invisíveis, por aí não há que tomar nenhuma saída. Tanglewood, umas das melhores experiências, à sombra e pelos relvados, uma multidão civilizada de toalhas quadriculadas e bancos de desarmar. mais a cima Harvard, a ruralidade de um pequeno sítio à beira dos campos de milho, onde se escondem mexicanos e outro latino-americanos que aqui aportaram. em torno de Madison, o playground da água em plena terra do leite e do queijo. gostava de ver as florestas verticais e negras que ombreiam a via rápida. muitas horas de quase nada, acompanhando os monstros da estrada com as suas decorações kitch. qualquer pausa equivale a um passeio em localidade de via única, casas gastas, uma porta que se abre para o diner de terceiríssima categoria, hamburguers e tarde de maçã congelada. nada como o the Norske Nook, capital das melhores tartes, um enclave da neve ainda no Wisconsin, onde a floresta negra tapa tudo menos os snowmobilies que aumentam à medida que se aproximam as cidades gémeas. atravessando o Mississipi, famoso no insconsciente por outras paragens mais a sul, é lá que chegamos, Minneapolis daqui a olhar a catedral de St. Paul do outro lado. estas cidades do norte, soterradas em gelo durante a maior parte do ano, parecem cinzentonas, um amontoado de edifícios austeros. uma cidade surpreendente pelo positivo de quem nela vive, cidade cosmopolita, sleek. de inverno corre-se no recinto desportivo, tornado jardim público, uma cidade de túneis e pontes aquecidas de carpete, de universidades e de caras de muitas cores que aqui se tornaram activas. nos outskirts, os mil lagos gelados brilham ao sol, tantos patos de cores fundas nunca antes tinha visto.

Saturday, December 6, 2008

à segunda vista

é fácil decidir "largar tudo" e dar uma meia volta até Óbidos, Vila Natal (até ia escrever com maiúsculas, mas depois no escuro dava demasiado trabalho). se bem que a matéria-prima seja já de si facilmente vendável pois a vila é um local bonito e único, o seu aproveitamento nos últimos anos tem sido exemplar. há algum tempo que não vinha cá e, à primeira vista, parece-me mudada para melhor. o comércio está mais atractivo, as ruas mais bem cuidadas, limpas, com flores, como é usual ver por outras partes da Europa. os percursos bem marcados, esta vila está aberta para receber os visitantes com um sorriso. o esforço é de todos: hotelaria, comércio, instituições oficiais, empresas, organizações culturais. pelo menos à primeira vista, daria parabéns a toda a vila.

o evento Vila Natal, que apareceu em todos os telejornais (a cara da notícia), é dirigido às famílias, vulgo, crianças, mas à excepção talvez dos adolescentes, raça de manejo impossível, não vejo faixa etária que não tirasse partido de Óbidos vila, com evento ou sem ele. mais do que recomendável, a um salto de Lisboa.

. . .
ainda em duelo de boi em frente a um palácio (e este boi vem directamente da junta deles na Viagem do Elefante) com a gentil sony cyber-shot, pois, uma segunda vista que a primeira só à luz do dia.





Sunday, October 26, 2008

cold hollow cider mill


by Helen

passei por lá e gostei, outra volta, vou voltar e mais, silêncio.

Thursday, October 16, 2008

on the horizon


lisboa newark na continental. newark to nyc-bus. nyc to great falls.
or lisboa seattle to
glacier park. seattle kalispell 516 miles, formerly the red lion.

Friday, September 12, 2008

Galveston, Texas



Estive em Galveston há alguns, parecem poucos, anos, numa altura mais ou menos calma da vida. Vindo de Houston, chega-se à cidade quase em vôo pela ponte que liga a ilha, onde se situa Galveston, ao continente. O azul é sempre uma visão. O que mais me impressionou na altura foi a temperatura morna das águas do golfo. Só em Malta molhei os pés em águas tão quentes. De pé na água e olhando para a enorme extensão de areal em volta e para a avenida que corre ao longo da praia, pergunto-me porque está esta praia deserta. Avisto pouco mais do que umas cinco pessoas e muitas gaivotas. Por mim, ficava aqui o resto do dia, da semana. Só depois vejo que, por detrás do contorno da ilha, estão gigantescos estaleiros e instalações químicas para navios de grande porte. Ver passar os navios, nesta cidade, é uma ocupação de grandes dimensões. Todos os colossos de transporte de petróleo passam por aqui. A água não é, imagino eu, propriamente cristalina. Ao cruzar as ruas habitacionais surpreende-me a degradação das casas, bairros de negros, muitos, as madeiras, paredes, janelas, a precisar de reparação e de nova tinta. De certo modo é uma cidade fantasma onde mora ainda apenas quem não teve possibilidade de ir embora. O passado da cidade foi glamoroso e próspero, uma cidade turística da elite da altura que hoje prefere ficar mais a Norte e de uma classe média abastada que hoje vai para a Carolina do Norte para as suas férias de praia. De um momento para o outro Galveston foi totalmente arrasada por um furacão. Morreram entre seis e oito mil pessoas. Estes são os mortos que assombram a cidade. A glória antiga nunca foi recuperada. Neste preciso momento, outro furacão chega à cidade. Os serviços meteorológicos norte-americanos avisaram que quem ficasse encontraria muito provavelmente a morte, um aviso sui-generis, reacção ao imobilismo da população local, relutante em sair. ("Floodwaters were surging ashore along the coastline of Texas' Galveston Island on Friday as Gulf Coast residents living in the path of Hurricane Ike were told they faced "certain death" unless they heeded warnings to evacuate before the storm makes landfall.", da CNN) Claro que nas notícias aparecem muito menos imagens das Bahamas, ou de Cuba ou de qualquer outro sítio por onde estas tempestades passam, mas esses locais não conheço. Quando ouço Galveston penso logo na sorte, ou no azar, do Joe's Crab Shack, hippest seafood restaurant right on the beach front, onde os empregados de mesa cantam e dançam para a animação da freguesia.



Tuesday, August 5, 2008

Lisboa, Portela

hurray para o novo aeroporto de Lisboa. não é novo, mas a disposição-décor é e ficou bem. gostei das cadeiras e das muitas lojas. já o preço é pior do que estação de serviço. truques: nunca ter bagagem e (para os que fumam) fumar tudo lá fora. agora que este aeroporto está perfeito é que vamos mudar para Alcochete.

Wednesday, April 23, 2008

a-na-ni-a-na-não

croácia - chipre - malta - sardenha - sicília - creta - córsega



















Odysseus Elytis, nobel de 1979.

Drinking the Sun of Corinth...
Odysseus Elytis

Drinking the sun of Corinth
Reading the marble ruins
Striding across vineyards and seas
Sighting along the harpoon
A votive fish that slips away
I found the leaves that the sun’s psalm memorizes
The living land that passion joys in opening.

I drink water, cut fruit,
Thrust my hand into the wind’s foliage
The lemon trees water the summer pollen
The green birds tear my dreams
I leave with a glance
A wide glance in which the world is recreated
Beautiful from the beginning to the dimensions of the heart!

George Seferis, nobel de 1963

THRUSH
George Seferis

Ephemeral issue of a vicious daemon and a harsh fate,
why do you force me to speak of things that it would be better for you not to know.

SILENUS TO MIDAS*


I

The house near the sea*

The houses I had they took away from me. The times
happened to be unpropitious: war, destruction, exile;
sometimes the hunter hits the migratory birds,
sometimes he doesn’t hit them. Hunting
was good in my time, many felt the pellet;
the rest circle aimlessly or go mad in the shelters.

Don’t talk to me about the nightingale or the lark
or the little wagtail
inscribing figures with his tail in the light;
I don’t know much about houses
I know they have their own nature, nothing else.
New at first, like babies
who play in gardens with the tassels of the sun.
they embroider colored shutters and shining doors
over the day.
When the architect’s finished, they change,
they frown or smile or even grow stubborn
with those who stayed behind, with those who went away
with others who’d come back if they could
or others who disappeared, now that the world’s become
an endless hotel.

I don’t know much about houses,
I remember their joy and their sorrow
sometimes, when I stop to think;
again
sometimes, near the sea, in naked rooms
with a single iron bed and nothing of my own,
watching the evening spider, I imagine
that someone is getting ready to come, that they dress
him up*
in white and black robes, with many-colored jewels,
and around him venerable ladies,
gray hair and dark lace shawls, talk softly,
that he is getting ready to come and say goodbye to me;
or that a woman—eyelashes quivering, slim-waisted,
returning from southern ports,
Smyrna Phodes Syracuse Alexandria,
from cities closed like hot shutters,
with perfume of golden fruit and herbs—
climbs the stairs without seeing
those who’ve fallen asleep under the stairs.

Houses, you know, grow stubborn easily when you strip
them bare.



II

Sensual Elpenor

I saw him yesterday standing by the door
below my window; it was about
seven o’clock; there was a woman with him.
He had the look of Elpenor just before he fell
and smashed himself, yet he wasn’t drunk.
He was speaking fast, and she
was gazing absently toward the gramophones;
now and then she cut him short to say a word
and then would glance impatiently
toward where they were frying fish: like a cat.
He muttered with a cigarette butt between his lips:
—“Listen. There’s this too. In the moonlight
the status sometimes bend like reeds
in the midst of ripe fruit—the statues;
and the flame becomes a cool oleander,
the flame that burns you, I mean.”

—“It's just the light… shadows of the night.”

—“Maybe the night that split open, a blue pomegranate,
a dark breast, and filled you with stars,
cleaving time.
And yet the statues
bend sometimes, dividing desire in two,
like a peach; and the flame
becomes a kiss on the limbs, a sobbing,
and then a cool leaf carried off by the wind;
they bend; they become light with a human weight.
You don’t forget it.”

—The statues are in the museum.”

—No, they pursue you, why can’t you see it?
I mean with their broken limbs,
with their shape from another time, a shape you don’t
recognize
yet know.
It’s as though
in the last days of your youth you loved
a woman who was still beautiful, and you were always afraid,
as you held her naked at noon,
of the memory aroused by your embrace;
were afraid the kiss might betray you
to other beds now of the past
which nevertheless could haunt you
so easily, so easily, and bring to life
images in the mirror, bodies once alive:
their sensuality.
It’s as though
returning home from some foreign country you happen
to open
an old trunk that’s been locked up a long time
and find the tatters of clothes you used to wear
on happy occasions, at festivals with many-colored lights,
mirrored, now becoming dim,
and all that remains is the perfume of the absence
of a young form.
Really, those statues are not
the fragments. You yourself are the relic;
they haunt you with a strange virginity
at home, at the office, at receptions for the celebrated,
in the unconfessed terror of sleep;
they speak of things you wish didn’t exist
or would happen years after your death,
and that’s difficult because…”

—“The statues are in the museum.
Good night.”

—“…because the statues are no longer
fragments. We are. The statues bend lightly… Good
night.”

At this point they separated. He took
the road leading uphill toward the North
and she moved on toward the light-flooded beach
where the waves are drowned in the noise from the radio:

The radio

—“Sails puffed out by the wind
are all that stay in the mind.
Perfume of silence and pine
will soon be an anodyne
now that the sailor’s set sail,
flycatcher, catfish, and wagtail.
O woman whose touch is dumb,
hear the wind’s requiem.

“Drained is the golden keg
the sun’s become a rag
round a middle-aged woman’s neck—
who coughs and coughs without break;
for the summer that’s gone she sighs,
for the gold on her shoulders, her thighs.
O woman, O sightless thing,
Hear the blindman sing.

“Close the shutters: the day recedes;
make flutes from yesteryear’s reeds
and don’t open, knock how they may:
they shout but have nothing to say.
Take cyclamen, pine-needles, the lily,
anemones out of the sea;
O woman whose wits are lost,
Listen, the water’s ghost…

—“Athens. The public has heard
the news with alarm; it is feared
a crisis is near. The prime
minister declared: ‘There is no more time…’
Take cyclamen… needles of pine…
the lily… needles of pine…
O woman…
—… is overwhelmingly stronger
The war…”

SOULMONGER*



III


The wreck “Thrush”

“This wood that cooled my forehead
at times when noon burned my veins
will flower in other hands. Take it, I’m giving it to you;
look, it’s wood from a lemon-tree…”
I heard the voice
as I was gazing at the sea trying to make out
a ship they’d sunk there years ago;
it was called “Thrush,” a small wreck; the masts,
broken, swayed at odd angles deep underwater, like
tentacles,
or the memory of dreams, marking the hull:
vague mouth of some huge dead sea-monster
extinguished in the water. Calm spread all around.

And gradually, in turn, other voices followed,*
whispers thin and thirsty
emerging from the other side of the sun, the dark side;
you might say they longed for a drop of blood to drink;*
familiar voices, but I couldn’t distinguish one from the
other.
And then the voice of the old man reached me; I felt it
quietly falling into the heart of day,
as though motionless:
“And if you condemn me to drink poison, I thank you.
Your law will be my law; how can I go
wandering from one foreign country to another, a rolling
stone.
I prefer death.
Who’ll come out best only God knows.”

Countries of the sun yet you can’t face the sun.
Countries of men yet you can’t face man.

The light

As the year go by
the judges who condemn you grow in number;
as the years go by and you converse with fewer voices,
you see the sun with different eyes:
you know that those who stayed behind were deceiving you
the delirium of flesh, the lovely dance
that ends in nakedness.
It’s as though, turning at night into an empty highway,
you suddenly see the eyes of an animal shine,
eyes already gone; so you feel your own eyes:
you gaze at the sun, then you’re lost in darkness.
The doric chiton
that swayed like the mountains when your fingers touched it
is a marble figure in the light, but its head is in darkness.
And those who abandoned the stadium to take up arms
struck the obstinate marathon runner
and he saw the track sail in blood,
the world empty like the moon,
the gardens of victory wither:
you see them in the sun, behind the sun.
And the boys who dived from the bow-sprits
go like spindles twisting still,
naked bodies plunging into black light
with a coin between the teeth, swimming still,
while the sun with golden needles sews
sails and wet wood and colors of the sea;
even now they’re going down obliquely,
the white lekythoi,
toward the pebbles on the sea floor.

Light, angelic and black,
laughter of waves on the sea’s highways
tear-stained laughter,
the old suppliant sees you
as he moves to cross the invisible fields—*
light mirrored in his blood,
the blood that gave birth to Eteocles and Polynices.
Day, angelic and black;
the brackish taste of woman that poisons the prisoner
emerges from the wave a cool branch adorned with drops.
Sing little Antigone, sing, O sing…
I’m not speaking to you about things past, I’m speaking
about love;
decorate your hair with the sun’s thorns,
dark girl;
the heart of the Scorpion has set,*
the tyrant in man has fled,
and all the daughters of the sea, Nereids, Graeae,*
hurry toward the shimmering of the rising goddess:
whoever has never loved will love,*
in the light:
and you find yourself
in a large house with many windows open
running from room to room, not knowing from where to
look out first,*
because the pine-trees will vanish, and the mirrored moun-
tains, and the chirping of birds
the sea will drain dry, shattered glass, from north and south
your eyes will empty of daylight
the way the cicadas suddenly, all together, fall silent.

Poros, “Galini,” 31 October 1946

Many other Seferis poems here, in .pdf. If not available anymore, I can send it by email.

Before travelling to Crete, I have travelled to George Seferis already. Thrush easily became one of the favorite few, one of the most beautiful construction of words I have ever read. When this happens I am angered by all the lost years, deprived of these images. A Spanish translation here, thanks to Salomón of Peru, and a letter about Thrush (O Tordo) .

 
Share