vê-lo em certa unidade com Hugo não faz mal, pelo contrário. ambos são uma homenagem ao passado. e servem-se dele, característica tão de hoje, reciclagem da reciclagem, colagem, repescagem. esta homenagem em particular inventa mais do que Hugo. como chegou à estatueta não sei e não deve ter grande interesse, para mim, obviamente.
O Artista é um prazer de ver cinema, não silencioso, mas cheio de orquestras (neste caso duas, se não me engano, de Bruxelas). algumas imagens, com história ou não, serão elas próprias modelo de outras imagens. acima de tudo, as escolhas de O Artista afirmam uma coisa: não precisamos de palavras. o erro do herói não é só o seu orgulho, mas procurar incessantemente uma solução errada. ("and because of the image-driven nature of the form", na wiki)
de resto, uma história de amor que namora o musical e as estrelas do passado (a dazzling tale of love and loss). um admirável quarteto de protagonistas e actores secundários, neste caso o cão e o motorista.
coisas que já vi antes:
e muitas outras que não encontro.
curio: a alteração subtil da forma do bigode.
imagem que usava como bibelot: a mesa de vidro que roda, como um valete de espadas para se afogar no desfocado da água. aliás, Hazanavicius adora espelhos.
outra imagem para guardar: os vários takes de uma cena inesquecível.
para ler, no Guardian.
No comments:
Post a Comment