porque quando vejo clowns me lembro sempre dos de Beckett levados ao extremo do silêncio. os clowns de Rivette são tranquilos e afáveis, cortantes mas gentis e sábios, tendo já morrido e revivido muitas vezes. este é o lugar mais perigoso do mundo. o palhaço é tudo e é nada.
outro filme em que se dividem as críticas entre o "longe de outros tempos" e "outra obra-prima". não levo críticas para o cinema. alguns, poucos, momentos gostei menos por me quebrarem o encantamento do acreditar na história, momentos de despertar 'isto é só um filme'. fui egoísta, queria viver a ilusão da história continuamente. e no entanto dizia-se: é isto, é espectáculo.
um filme que é um círculo, em torno do Pic St.-Loup, círculo do circo onde se abrem os olhos e onde tudo pode acontecer, círculo na vida, voltando ao início para se encontrar quem se é. uma comédia que é vida com momentos de desgosto. poucas palavras, mas servem estas: " melancholy study in love, mortality, and the mysteries of grief." (daqui) aérienne, e fluída. e concedo: o que pensei durante e o que vou pensando agora e amanhã, prefiro guardar em segredo.
muito 'para ver'.
o site, aqui.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, November 1, 2010
Trente-Six Vues du Pic Saint-Loup, Jacques Rivette
Publicado por Ana V. às 8:52 PM
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