light gazing, ışığa bakmak
Sunday, October 23, 2011
Pater
quando saio da sala sei que está a chover lá fora. coincidência, o filme cor-de-rosa que passa na 1 àquela hora. os políticos de outra cinderela, os políticos de Cavalier, o político Strauss-Kahn.
a chuva forte chegou agora, neste momento.
isto não é real, é um filme. se é um filme, é real. para terminar o filme, talvez não propriamente deste modo, a palavra é vrai, mas neste sentido. desde Irène que este é o meu cinema.
nas primeiras imagens de Pater, várias iguarias são colocadas no prato com mil cuidados, a cozinha é um lugar recorrente, mas ninguém cozinha nunca, tudo está feito. cortadas e servidas são as palavras, a receita é a da estratégia política. uma comédia tão hilariante como assustadora que leva à última consequência essa ideia de que um político não passa de um homem como os outros e que se serve do desejo voyeur de saber o quotidiano dos poderosos, o que fazem por detrás da cortina.
onde está a realidade, actores, realizador, personagens sem fronteiras definidas, para reflectir sobre si e construir possibilidades de real, tantas vezes mais credíveis do que o noticiário. não posso deixar de pensar nas semelhanças com Film Socialisme mas de um modo oposto, se isso é possível, um oposto tão semelhante como a tragédia e a comédia. (I had studied Greek tragedy, American thrillers. I was influenced by films like Renoir’s ‘Partie de campagne’ and John Huston’s ‘Asphalt Jungle.’ Now I want to forget all that.”)
subjective cinema. gostaria de encontrar na escrita um Alain Cavalier. ou Kiarostami.
Publicado por Ana V. às 9:21 PM
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