light gazing, ışığa bakmak

Sunday, July 5, 2009

Leite Derramado, Chico Buarque

por andanças e mais andanças, li de quase um trago o Leite Derramado de Chico Buarque, interrompido só por actividades infantis e, desgraça das desgraças, quando estava prestes a atacar sofregamente o último capítulo, não é que o livro ficou a duzentos e cinquenta quilómetros de distância. ainda pensei em correr à fnac para o ler logo na abertura da loja, mas o dia não deu para esse pequeno prazer.


e assim tenho de falar deste livro sem saber o segredo final e sem sequer saber o suficiente de literatura brasileira para o enquadrar seja onde for. meu pecado. apesar de ser uma obra pequena, chamado romance, quase a ser novela, não fosse o tecer incrível do enredo, o vasto espaço físico e ainda mais vasto espaço temporal, a vivacidade de tantos tipos e personagens que se cruzam numa história fascinante contada por um centenário à beira da morte numa cama de hospital. o truque mais fabuloso, mas também mais simples, é o vaguear do discurso, na primeira pessoa, próprio de um velho que se esquece, repete os factos, diz hoje desta maneira e depois daquela. para apimentar o contexto histórico, que só ele é razão para ler este livro, a obsessiva história de amor de Eulálio, que concentrou o amor às mulheres do pai numa só, a mulher morena de sol do Brasil, Matilde.

mais importante e mais difícil: a leitura fez-me esquecer o nome do autor, um tal de Chico Buarque.

aqui o site. e o primeiro capítulo (em .pdf).

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