light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, January 26, 2010

culpa



por mais que se queira passar a esponja, esse sentimento persiste em reviver. de um modo curioso, e mais violento, sempre que se vê isto: a missa de domingo. mas fosse só aqui.. nos cantos escuros de cada um ela instala-se e engorda durante anos, criaturinha maligna.


aqui, para além de ter gostado infinitamente das cores, de como algumas coisas mudam até de forma na escala do cinzento (e estava ali a comparar sempre com o Stelle Licht), a moralidade é inescapável [“I see my films as a ski jump. It’s up to the spectator to decide whether to take off.”, diz Haneke.] também vi, penso que é claro, o que é suposto ter dado início à segunda guerra ("Critics have interpreted the film as an investigation of the roots of German fascism, but Haneke said that he intended it to have a much wider resonance as a warning about how any absolute value system leads eventually to terrorism.", daqui). penso que preferia uma história sem criminoso, com menos conclusões morais e, de certeza, com menos manipulação para apresentar essas conclusões morais, "é assim que se quer que seja", uma tese, cinema-tese.

o que gostei, para além da cor: ter vivido, dizendo assim, na casa da minha bisavó, com os seus objectos, os medos, as crenças, o campo, o ranger do chão, a comida e a água, os vestidos, o cabelo apanhado, as calças, a hierarquia social, o padre e o médico e o feitor. salvaguardando a distância norte-sul. pensando bem, faltava ali o merceeiro e a taberna. ir ao cinema e viajar no tempo.





a review. and onother. e outra.

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