ou seja, em liberdade. quantas vezes se pode dar a sentir o apelo da maria-vai-com-as-outras, no bom sentido. de outro modo, quantas vezes se compromete pelo calor da companhia. comigo foi o cinema de fim-de-semana, sabendo lá o que iria perder e menos ainda o que iria ganhar. para além da escolha há a teia de consequências das consequências lá fora. os polvos mortos na praia não queriam morrer, apesar de ficar sempre tão bem na literatura light um suicídio colectivo de negação metafórica. e nem pensar em ficar aí no canto com esgar de riso superiorista que o íman tem dois lados e nenhum deles implica uma opção.
light gazing, ışığa bakmak
Monday, January 4, 2010
gone different ways
no labirinto dos favos, pois que não percebo de desenho de labirintos e esta forma particular me atrai mesmo que não tenha corpo, devorei contos depois de contos. short stories. quando digo contos lembro-me das aulas e das regras que era preciso decorar. tem de ter isto. tem de ter isto. short story vem como mundo concentrado, janela breve, Maupassant. lá fora, o rum-rum do corta-relvas.
agora isto:
"There's the silent pay phone, marooned on a chrome pipe with a pale blue plastic globe guarding it from the blasting sun. Its modernism disgusts him; makes him feel worse off, more removed. (...) He swings out and slams the door of the Dodge. The sound doesn't carry. It ends abruptly at his feet. He digs for change and crunches toward the phone through loose gravel and mouse bones, flattened beer cans and sun-bleached condoms. He sees all these objects very clearly now; sees them as though they've been laid out on a steel table for his personal examination, like crime evidence. He can see her face too. Her big eyes." Sam Shepard, "Coalinga 1/2 Way", em Great Dream of Heaven.
Publicado por Ana V. às 8:32 AM
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6 comments:
sam sheppppppard
No labirinto dos favos. Bem achado, Ana. Literariamente, e não só, giro. Cute, vá lá. Agora sobre short stories. Para mim, há duas referências: Raymond Carver e Mário-Henrique Leiria. O último tinha histórias tão, tão shorts que hoje, se ele as escrevesse hoje, chamar-lhe-íamos nano stories. Mas é, dentro do género, imperdível (outro palavrão de moda..).
Have a good day, ohhps! :)
Berlino
anónimo: ppppp!!
Berlino,
o meu cânone: Maupassant e Chekhov. não estou mal acompanhada :)
Sim, claro. Em Guy de Maupassant há um refinamento estético, uma elegância no dizer... (Em Portofino, há anos,encontrei uma lápide alusiva à permanência dele naquele mais que belo lugar. Lembra-se do filme do Antonioni, com o Malkovich, que ali foi filmado?). Em Tchekov são os ambientes, as personagens.. Está muito bem acompanhada, sem dúvida.
Berlino
ainda espero ver Portofino..
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