light gazing, ışığa bakmak

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Sunday, November 4, 2018

tales of a dying blogger #1



"Full fathom five thy father lies;
Of his bones are coral made;
Those are pearls that were his eyes:
Nothing of him that doth fade
But doth suffer a sea-change
Into something rich and strange."

Monday, January 1, 2018

Thursday, September 21, 2017

na próxima vida vou

atingir finalmente uma felicidade total e sem mácula. é que não deixo nada por pagar nesta vida.

Tuesday, August 22, 2017

the one song

Norah's Turn me on.

Thursday, August 17, 2017

ou talvez o

incêndio (des)controlado seja a ideia de 'possibilidade' na sua mais nua perversidade. rima cruzada.
ou talvez existam vários diálogos que caminham em paralelo sem que se adivinhem.
porque não quero que se toquem essas linhas, apenas eu caminho obliquamente, como a chuva do poeta.

Saturday, August 12, 2017

ena!

o ena! é por ter finalmente ido ao cinema (e não de vestido florido, malinha, sorriso meloso) mas preto e jeans, as pernas enroladas para cima numa sala pequena com uma dúzia de pessoas, metade delas gente desagarrada e estranha como eu, a outra metade velhas de Lisboa perdidas que entram na 'matiné' sem saber o que se vai passar para depois saírem a um terço do filme ou enxofradas ou com falta de ar.

engraçado que falando recentemente com um marujo me lembrei de como eu era, mas sobretudo de como já não sou. também fui western'ocentric com todos os cool associados mas entretanto eu sim ia falar da divisão de águas, dar o meu palpite, mandar umas piadas, deixar os convivas a rir e a lembrar os outros tempos em que tudo era diferente. deve ter sido frente à mesquita nova, perto das sanguessugas e não longe das lojas de tecidos, que me pulverizei em outras coisas e, tal como em Pamuk, começou a minha yeni hayat - já sem centro, a história desfeita, os princípios perdidos em movimento como a areia do Guincho. ultimamente instalou-se sobre esta devassa outra ainda sobre a qual só falo - coloco na mesa luminosa - para a conhecer melhor porque me é tão estranha. e assim numa frase longa tentei imitar a geração de pessoas nas pregas do tecido das frases de Gogol e consegui. mas este conto tem apenas um acesso autorizado, o meu e aposto que durante pouco tempo pois as marés de memória transportam-me os areais para outras bandas muito amiúde.


Wednesday, August 2, 2017

requebrado

dizia-me ´não andes assim´. e o que queria dizer era que eu tinha um determinado modo de andar, por vezes, em que andava como se estivesse sozinha.

sobre a escrita simples

para ti, sim.

a escrita simples é inequívoca e evita toda a ficção desde os gregos ou talvez antes, antes das letras e dos traços como os vi no dia em que passei por Arnavütkoy e em que havia um casamento a aguardar o barco no cais ornado. mas nenhuma escrita evita a ficção nem sequer as figuras que correm nas pedras ancestrais. as palavras simples e sem dois sentidos riem e olham directamente nos olhos sabendo que ocultam uma cabeça de Medusa por detrás das costas. e a Medusa ri também, sabendo que lá está sem que a vejam, apenas a sintam com um estremeço de pálpebras. tudo é directo ou literal e as palavras alinham-se literalmente numa estrada sem desvios, mas sabemos tão bem que não há estrada e nem sequer restam desvios porque caminhamos sempre por terra batida, descalços e sem norte que não seja a própria memória.

Tuesday, August 1, 2017

treino de pegar no canivete

passar camisas, descascar laranjas, o lado A de um LP riscado que ainda roda no gira-discos. ali não há a opção circular 'repeat'. quando acaba, acaba mesmo e fica um ruído bem conhecido de quem como eu se recorda do final da música.

quem sou eu

14 anos depois do primeiro blog, julgo eu, o bloggingburt entretanto assassinado por mim e pelo blogcity em simultâneo, depois da meiadeleite, esse sim de suicídio súbito.  e porque os 51 são os novos 30, Nel mezzo del cammin di nostra vita mi ritrovai per una selva oscura, ché la diritta via era smarrita. - mas este não é um inferno porque não creio nele, mas sim um outro bosque, como não creio na via diritta porque todas são direitas as que se seguem com cegueira mas com convicção. quem és tu, av, uma intrusa, uma onlooker, a do canto a ver, a do centro que fecha os olhos mas se apercebe, a que sabe sem saber todas as sombras que te passam. a pouco tempo de iniciar novo blog (fora os escondidos), e sem que este se esvaia porque aqui tem estado o centro, uma curiosidade breve sobre o medo e como o medo se espalha no mundo sem fios: "in the future we will photograph everything and look at nothing", diz a New Yorker. [Today everything exists to end in a photograph,” Susan Sontag wrote in her seminal 1977 book “On Photography.”] e contra esta ideia coloco outro seminal Walden, um dos livros da minha vida e ao qual regresso sempre que me pergunto 'quem sou eu'. porque eu sou, sabe-se, a minha própria biblioteca e essa colecção de frases voadoras sou eu. se apontasse um livro só para ler nestes dias de cigarras e de campo, de solo seco e espaço, de ouvir o vento a pentear as ervas, os carros longínquos como os arraiais de verão com a música pimba a ecoar nos vales do gerês, um eco que sabe a bolo e a delícias, esse livro seria Walden.

"One farmer says to me, 'You cannot live on vegetable food solely, for it furnishes nothing to make bones with;' and so he religiously devotes a part of his day to supplying his system with the raw material of bones; walking all the while he talks behind his oxen, which, with vegetable-made bones, jerk him and his lumbering plow along in spite of every obstacle.", Thoreau, quem mais, no Walden.

Saturday, July 29, 2017

calcei os saltos altos

e fui ao mercado. foi uma espécie de celebração.


Tuesday, July 18, 2017

há dias misturados com meses e meses misturados com dias

quem disse que o tempo era linear. o músico. porque para ele, é. mas eu sou de letras e há buracos de coelho por toda a parte.

Sunday, July 16, 2017

Monday, July 10, 2017

constelações


Thursday, May 18, 2017

antes de mais, ensopado de borrego

do norte guisado com pão frito, do sul estufado com pão torrado, será?
então: temperar com sal e pimenta e deixar estar. envolver num pouco de farinha e selar a carne. juntar cebola em rodelas (muita) e alho picado (muito), louro com cuidado, duas folhas, pimentão doce com cuidado, vinho branco ou vinagre, vou pelo vinho e deixar cozinhar em lume lento durante horas. não abandonar o borrego, obviamente, ir deitando água para ficar sempre molhado, até que a carne se desprenda dos ossos. no final juntar um ramo de hortelã. entretanto acertar o sabor com piripiri. juntei cebola e alho em pó. dos melhores que já comi e era o meu.

Friday, May 12, 2017

things

"Yes, and thanks, for the trouble you took from her eyes
I thought it was there for good so I never tried"

frase boa demais para ---: na corda bamba entre o crente e o não crente mesmo quando fátima me aparece todos os dias.

Friday, May 5, 2017

Thursday, April 27, 2017

insónia

há quem tome comprimidos e há quem faça bacalhau à brás.

Sunday, April 23, 2017

ler o Expresso ("Tragam-me um homem")


muito bom. Cláudia R. Sampaio em 'ver no escuro' da Tinta da China.

e porque é tão boa, esta escritora de telenovelas, aqui está:
máquina de escrever

Friday, April 21, 2017

encontrei cinco euros

no outro dia encontrei 10 euros. a minha vida deve estar a mudar.

 
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