
outro lugar com história, se eu lhe fizesse a geografia. como Paris. não faço, mas é ela que vem ter comigo, por vezes, quando olho para uma porta aberta ou quando me fazem lembrar o que já tinha esquecido. para me recordar, também, que talvez não fosse bom estar em dois sítios ao mesmo tempo. cansativo e disperso. as férias podem chegar para pôr o passado no sítio.
não me lembrava que gostava tanto de Sevilha e que, cada vez que cá vim, ficou tanto por fazer. visitas sempre parceladas a darem vontade de vir a sós com a cidade. amarelo, ocre e verde. mais santos só em Valletta, e arcanjos. aqui misturam-se as ordens e os frades, as freiras, as senhoras e o sangre de cristo, se fosse em Sevilla tinha morrido na arena. as cidades são hoje um pouco a caricatura de si próprias para propósitos de mercado e para agradar aos turistas. o autêntico, desconfio, está nos bairros do arrabalde onde vivem os assalariados. e aí as diferenças culturais diluem-se, as marcas deixam bandeiras na áfrica do consumo. o marketing e o corte das esperanças pelo horizonte encapsulado da publicidade. quarenta e dois graus à tarde, trinta e sete às onze da noite.
