light gazing, ışığa bakmak

Monday, November 19, 2007

365 dias, o cinema pela vida de Jonas Mekas

Há dias cinzentos e chuvosos em que dizer isto ou aquilo não tem qualquer importância, há dias em que a chuva não encharca e o frio não belisca. Esses dias somam-se e empilham-se, fossem todos os dias assim, cheios.

Hoje encontrei Jonas Mekas no Warwick Arts Center. Também neste centro ("Warwick Arts Centre in Coventry is the largest arts centre in the Midlands, attracting around 280,000 visitors a year to over 2,000 individual events embracing music, drama, dance, comedy, literature, films and visual art.", há sítios assim...) encontrei João Penalva, um português a residir em Londres, onde trabalha. Uma exposição importante na Mead Gallery do Warwick Arts Center, que terá exposto o trabalho de João Penalva até 8 de Dezembro.

A exposição sobre a vida de Jonas Mekas, memorável a todos os níveis, esteve patente ao público em 2006. Em versão podcast/"museum cast", o curador dessa exposição apresenta-a ao público e foi este clip (abaixo) que tive a sorte de encontrar no youtube. Como? Embalada pela edição nº 44 da Senses of Cinema, a melhor revista online de cinema. Que por acaso é australiana (e subsidiada pelo Estado canadiano). Não só recomendável, é obrigatória.




Na "Senses of Cinema", Jonas Mekas de 80 anos com uma energia de há 40 anos atrás:

"As I Was Moving Ahead Occasionally I Saw Brief Glimpses of Beauty [2000] covered about 25 years of my life. It came to about 5 hours. There was still so much footage I could have used, but I limited myself to 4 hours and 50 minutes. I have all that other footage and I was thinking, “What am I going to do with it?” Then this project came up regarding 365 iPod poems. It was my idea to do 365 films, but the request came from somebody involved in bringing out this new iPod technology. They tried some of my films on iPod and said, “Yeah, this is the size. On the small screen, the activity you have, single frame, works perfectly, better than the works of some other filmmakers. We would like you to participate, to make more short films like that for this new technology. They fit perfectly this new technology.” Then I looked at the footage that I still had sitting on my shelves. I felt this was one way I could use that footage – but not to put together some long film. There is no one theme; these are like leftovers, outtakes, that did not get into As I was Moving Ahead or Scenes from the life of Andy Warhol.

So, I decided that this is for me a perfect form to use that material, like haikus, like a short form. In a way, I have been doing that all the time, because they are always little titles, and it goes for one minute or whatever, another title, another haiku, another poem. This offer came at the right time and I decided to accept the provocation. It is very exciting and challenging."

E assim chego a 365 dias, a colecção de imagens que Jonas Mekas tinha na prateleira, um diário digital diferente para o formato iPod. A sua vida em formato curto, os clips estão disponíveis no site de Jonas Mekas, uma casa onde se quer morar, demorar, rir, pensar e acima de tudo permanecer durante algum tempo ou nem sair de todo. John e Yoko aqui, Ginsberg a cantar os Blues, o primeiro concerto dos Velvet Underground, um "vídeo postcard" de Dominique Dubosc. A ver, a ver, a ver... O cinema pela vida.


(imagem da Senses of Cinema)

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