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Sunday, December 9, 2007

Uma carta aberta ao líderes europeus e africanos presentes na Cimeira de Lisboa

Uma carta aberta ao líderes europeus e africanos presentes na Cimeira de Lisboa
An open letter to European and African leaders present at the Lisboa Summit
December 2007


"In a few days heads of state from Africa and Europe will meet in Portugal to discuss issues common to two continents whose histories, for good and bad, have intertwined for centuries. This is a historic opportunity to inaugurate a new era founded on shared values and a genuine friendship where we can support each other and learn from each other.

"But that will not be possible while the summit meeting shies away from discussing two of the world's worst humanitarian crises, those in Zimbabwe and Darfur. Despite Europe's and Africa's shared responsibility to address such crises, neither one is on the agenda. No time has been set aside for formal or informal discussion.

"What can one say of this political cowardice? We expect our leaders to lead, and lead with moral courage. When they fail to do so they leave all of us morally impoverished. Where they funk the difficult issues they make themselves irrelevant. Why should we listen to the mighty when the mighty are deaf to the cries of the afflicted? Millions of Africans and Europeans would expect Zimbabwe and Darfur to be at the very top of the agenda. It is not too late.


The full list of signatories to the letter is:
Europe:
Vaclav Havel
Günter Grass
Roddy Doyle
Tom Stoppard
Jose Gil
Colm Tóibín
Jürgen Habermas
Dario Fo
Franca Rame
Africa:
Professor Wole Soyinka
Mia Couto
Chimamanda Ngozi Adichie
Gillian Slovo
Ben Okri
Nadine Gordimer
JM Coetzee
Goretti Kyomuhendo

"Dentro de alguns dias, chefes de estado de países africanos e europeus encontrar-se-ão em Lisboa para discutir assuntos de interesse comum a ambos os continentes cujas histórias, para o bem e para o mal, têm estado interligadas há séculos. Esta é uma oportunidade histórica para inaugurar uma nova era baseada em valorse partilhados e numa amizade genuína em que nos possamos ajudar uns aos outros e aprender uns dos outros.

Mas isso não será possível enquanto a cimeira se abster de discutir duas das crises humanitárias piores do mundo, as do Zimbabwe e do Darfur. Apesar da responsabilidade partilhada entre a Europa e África para rseponder a crises deste tipo, nenhuma das duas se encontra na agenda da Cimeira. E não foi reservado tempo para uma discussão formal ou informal.

O que se pode dizer desta cobardia política? Nós esperamos que os nossos líderes liderem, e que liderem com coragem moral. Quando não o fazem, deixam-nos moralmente empobrecidos. Quando evitam os assuntos difíceis eles próprios passam a ser irrelevantes. Porque devemos nós dar ouvidos aos poderosos quando os poderosos são surdos para os gritos dos que sofrem? Milhões de africanos e europeus experavam que o Zimbabwe e o Darfur estivessem no topo da Agenda. Ainda não é demasiado tarde.

Os signatários indicados acima.

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A minha tradução aqui, pois não encontrei online em português. Em inglês também não foi fácil.

Darfur não esteve na agenda, mais uma vez. E o Zimbabwe pelas razões erradas. "African leaders have dismissed free trade deals demanded by the European Union, placing a cloud over an agreement between the two continents forge a new relationship based on equality. The failure to make progress on the Economic Partnerships Agreements (EPAs) in Portugal came after two days of talks marred by disputes over Zimbabwe and Darfur." (na Al-Jazeera, que todos os outros jornais ou canais de TV simplesmente ignoraram Darfur).

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