light gazing, ışığa bakmak

Friday, February 1, 2008

do amor

Contabilizamos tudo (uso aqui um plural abusivo e familiar, só a bem da clareza, mais nada), tudo contadinho a preceito, de certo modo somos mais positivistas do que os inocentes amadores do século dezanove. Se fizermos isto, acontece aquilo e se planearmos toda a vida, vai correr tudo às mil maravilhas, os anúncios das seguradoras (que ganham fortunas à conta dos nossos medos misturados em calda de estatística) dizem tudo do desejo de controlar o hoje e o amanhã todo até não haver mais tempo, mas ficam cá eles por nós, a nossa descendência, e temos de os deixar bem. Antes de morrer a minha avó arrumou os papéis para estar tudo organizado e para que fosse mais fácil a transferência.

Na Time desta semana, mais uma vez se explica o que já é conhecido, a química do amor, a dopamina e a seratonina e a norepinefrina, acho que é assim, que provocam o aumento da batida cardíaca (disto tenho provas médicas!) e mais uma série de sintomas que se assemelham ao vício e à desorientação.

The last time you had sex, there was arguably not a thought in your head. O.K., if it was very familiar sex with a very familiar partner, the kind that--truth be told--you probably have most of the time, your mind may have wandered off to such decidedly nonerotic matters as balancing your checkbook or planning your week (...) But if it was that kind of sex that's the whole reason you took up having sex in the first place--the out-of-breath, out-of-body, can-you-believe-this-is-actually-happening kind of sex--the rational you had probably taken a powder.

É como se fosse necessária a fórmula matemática para que uma qualquer coisa exista. Eu gosto de ler as explicações, gosto ainda mais de saber que as há e que cada pestanejar tem uma explicação reservada no reino da ciência. Tenho admiração por essa gente curiosa que passa uma vida a estudar os ovos das moscas e que acabam por descobrir o segredo da criação. Se eu não fosse tão desorganizada e caótica, vítima de repentes e impulsos, teria talvez seguido essa vida. Assim, limito-me a sentir o que os outros dissecam e a ler as explicações, mais tarde, nas revistas.

Nota: Este post era para os cuscos.

2 comments:

Anonymous said...

ficamos assim a saber o que já se adivinhava

jorge vicente said...

eu sou um cusco. e, espero, um cientista poeta doido

um beijinho
jorge

 
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