Estação de serviço de Grândola (ou seria Alcácer?), debaixo de águas mil, ainda em Março, quatro ninhos de andorinhas. Os pássaros a esvoaçar, fugindo à chuva. Esvoaço também para Sul, onde encaixo na paisagem como uma luva, a lavar os olhos. Amanhã ou depois Monchique, talvez, que ainda não me cansei de serranias. As Caldas e a Fóia. Porco em molho de amêndoa ou cabrito com canela na Quinta de São Bento. Missão complementar: encontrar um Folar de Olhão. E outra: aperfeiçoar a arte da Margarita. Pintar ovos, brincar aos mouros na serra e inventar histórias encantadas. (Mãe, porque é que os mouros tiveram de ir embora? Why they couldn't share?) O que nos liga às coisas, hoje em estado doce-mel, às pessoas.
"“De resto, a desmemória não só o isolou da realidade objectiva, como o destituiu, pode dizer-se, de sentimentos. Perdeu os estímulos de aproximação porque, sem a consciência da identidade que nos posiciona e nos define num framework de experiências e de valores, ninguém pode ser sensível à valia humana do semelhante. As suas virtudes ou os seus males só podem ser reconhecidos como significantes sentimentais em contraponto com a consciência da nossa identidade, isto é, com a tradição da comunicação que praticamos com a sociedade e com a nossa memória cultural. A ele tal coisa estava-lhe vedada, memória onde tu já ias. Daí a total indiferença em que navegava à tona das comoções e dos afectos, uma indiferença extrema que, sucedesse o que sucedesse , não o levava a perturbar nem ao de leve a disciplina do ambiente. Na verdade, não sabia de todo onde se encontrava, a razão era essa.”(José Cardoso Pires in De Profundis, Valsa Lenta)
À gossip, que me deixou a pensar nisto desde dia 7.
light gazing, ışığa bakmak
Wednesday, March 19, 2008
andorinhas
Publicado por Ana V. às 11:55 PM
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