light gazing, ışığa bakmak

Thursday, April 17, 2008

Augusto Brázio



A minha memória é de fragmentos, mas o meu mundo anda em círculos concêntricos. Sou bicho de rotinas e odeio-a, a rotina. Passo nos mesmos sítios com os mesmos gestos, por estações, até me fartar. Meses, duram-me as manias, apenas uma se tem mantido: a de passar tempo esquecido em livrarias. A Fnac até é recente, tem a vantagem dos sofás. Saudades da Bucholtz que entretanto me saiu do caminho, da atabalhoada Assírio e Alvim no Rossio, da pequena S. Bento, da Bertrand do Chiado e das outras. A Barata e a do Campo Grande. Por agora balançando entre a Fnac e a pequena mas tão apetecível Clepsidra do Beloura Shopping. Quem lá trabalha gosta de livros. Tive pena da recente opção por livros antigos a retirar espaço aos outros, mas lá sabem, devem ter algum mercado. (O secção de BD é terrivelmente, desesperadamente pobre.) E tudo para dizer que me lembro do momento em que por lá estava a debicar e vi o livro de Augusto Brázio, "Olha Pra Mim". Bloguer aficcionada (o acordo já funciona?) tive que ir logo contar a todo o mundo. Outro círculo: uma destas manhãs, no McDonalds, folheei o suplemento da Visão com os prémios do 8º Concurso de Fotojornalismo Português. Augusto Brázio venceu com a foto acima, a "imagem de uma mulher de 19 anos cujo terceiro filho acabava de nascer em casa quando foi assistida pelo INEM." Gostei desta foto e de muitas outras, pareceu-me um conjunto de grande qualidade.

A foto vencedora é parte de um livro para o INEM, celebrando os 25 anos da intituição, de Augusto Brázio e Rita Garcia:
“Este é um livro de histórias de vida e de morte, durante muitos meses acompanhámos de perto a marcha de ambulâncias, viaturas médicas ehelicópteros. Ouvimos o telefone tocar para mais uma emergência e seguimos para o terreno com a mesma expectativa que médicos, enfermeiros e técnicos de ambulância. Como eles sentimos o stress inerente à certeza do que íamos encontrar no destino(…).
(…)Não é possível ficar indiferente a um trabalho como este, aqui vê-se tudo. Vitórias, derrotas e muita, muita luta. Como nunca até aqui, conhecemos o país escondido para lá das portas de casa.(…)”
Augusto Brázio
Rita Garcia
(nota dos autores, daqui)

Galeria de Premiados 2008

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