light gazing, ışığa bakmak

Wednesday, June 11, 2008

a despropósito ou talvez não

percentagens de transportes de mercadorias dentro da UE:
- rodoviário - 44% (consumo total de energia: 25,2%)
- ferroviário - 10% (consumo total de energia: 0,8%)
- marítimo - 42%, mas 90% no comércio externo (consumo total de energia: 0,5%)
- aéreo - 0,1% (consumo total de energia: 4,0%)

"A política de transportes está estreitamente ligada à política energética, com base em objectivos comuns: redução das emissões de CO2 e diminuição da dependência da UE face à importação de combustíveis fósseis.
Grandes utilizadores de energia, os transportes representam cerca de 71% de todo o consumo de petróleo na UE. Os transportes rodoviários utilizam 60% de todo o petróleo, representando os transportes aéreos cerca de 9% do consumo geral de petróleo.
O custo elevado dos combustíveis fósseis e a necessidade de diminuir a nossa dependência estratégica deveriam incitar à optimização do potencial de cada modo de transporte."

(daqui)

O que parece evidente, é mesmo. Em Portugal, a percentagem dos transportes de mercadorias pela ferrovia é de 2%! Com as consequências óbvias causadas por essa dependência da estrada e dos preços do petróleo. Porque se os camionistas franceses reclamam, os portugueses estão muito pior, e nós, como país, muito mais dependentes ainda do transporte pela rodovia. A política da União tem desde sempre sido promover o transporte marítimo e rodoviário, menos poluentes (que as emissões também se pagam) e mais seguros. Em Portugal, a política dos transportes tem sido há muitos anos irresponsável e desadequada. O abandono da ferrovia é um crime. As conclusões de um estudo recente:

Situação Actual do Transporte Ferroviário de Mercadorias (I)
• quota modal estabilizada em torno de valores extremamente reduzidos (cerca de
2% do total);
• fraca incorporação das exigências actuais de organização das cadeias logísticas e
de transporte;
• incapacidade de satisfação das necessidades dos diferentes segmentos de procura
de transporte de mercadorias;
• estrutura de clientes cristalizada em torno de um reduzido número de utilizadores
(clientes cativos da ferrovia, sem possibilidades significativas de crescimento)


E se “O País não está preparado para transferir o transporte de mercadorias para os comboios e para os barcos”, [como] disse ao Diário Económico Vitor Pereira, presidente da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), talvez fosse melhor que estivesse.

6 comments:

RH said...

O Presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis recomenda a compra de uma bicicleta.

http://diario.iol.pt/economia/combustiveis-filas-portugal-postos-anarec/961393-4\
058.html

Saiba como utilizar a bicicleta na cidade:

http://bicicletanacidade.blogspot.com/

http://100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com/

bluewater68 said...

Este texto, juntamente com os dois que eu indico, deverão ser a bíblia para abordar e entender esta esta questão
http://sol.sapo.pt/blogs/pscgf/archive/2008/06/12/DO-EXPORTADOR-_C100_-NOSSA-CASA_2E002E002E00_.aspx
http://sol.sapo.pt/blogs/kurioso/archive/2008/06/12/BRUXO_3F00_.aspx
Beijinhos

Anonymous said...

Em vez da algazarra e das afirmações néscias e populistas da maioria dos comentadores, é bom ver que em algum lado se dá preferência ao conhecimento e à razão.
Também recomendo os mesmo links que o bluewater68.

camionista

Anonymous said...

grande festa !!!!!!!!!!! ,só falta a sardinha assada

Anonymous said...

e o pão

Ana V. said...

Amigo Blue, só chegares aqui depois dos 1001 livros foi um feito! Vi os posts que dizes, muito bons, o blogue do Kurioso é muitíssimo bom, gostei de ler. Concordei com tudo, claro. As razões do crescimento desregrado dos transportes rodoviários tem várias causas e, como em tudo, não estamos sós. Os novos 10 da União estão agora a passar pelo mesmo e a Comunidade a tentar parar o crescimento desregrado... Os países que já vão lá à frente estão agora a desenvolver o rodoviário e o marítimo e a intermodalidade (aliás, política europeia no livro branco) por várias razões fundamentais: poupança de recursos energéticos, menores emissões e menor congestionamento nas estradas com a consequente falta de segurança para os automobilistas. Como diz o camionista (bem-vindo!), este tema "puxa" ao populismo. Na verdade, pouco se sabe, em geral, sobre o funcionamento dos transportes. Quase nada, penso, sobre as consequências do quase abandono do ferroviário e do marítimo. Uma das razões, evidentes, é que estes sectores empregam um número muito menor de pessoas do que o rodoviário e apenas uns três ou quatro grandes grupos, mundos fechados.
Beijinhos aos dois.
(sardinha, só da congelada e pão, só do Alentejo)

 
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