light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, July 29, 2008

maltinha que me conhece: vão com calma


Depois da experiência nacional no Laranjal, procurei sem sorte uma Annabelle's, gerido pela onomástica que vive por estas bandas há doze anos. Ouvi dizer que faz a melhor steak pie da zona. O que não será difícil, julgo eu despreparada, quem mais fará steak pie? Eles deixam-se pistas, tal como nós ("Annabelle's is in the Estrada de Santa Eulália, no more than half a mile or so from Oura Atlantico. Turn left out of the Oura Atlantico, follow the road to the Oura Praia Hotel, which is on the junction with Estrada Santa Eulalia. Turn left there."), uma espécie de rally paper que não ganhei, mas a batalha continua. Acabei no Monsoon (buffet restaurant, Indian Tandoori and Thai, take out menu, free delivery, 8 euros a piece for lunch, 12 for dinner, do go there for the food and a nice bit of conversation, Areias de S. João, Albufeira). Talvez pela fisionomia e apesar da falta de tatuagens, nacionais or otherwise, sempre me dei bem com o povo indiano. Em geral conversa-se, converso, bastante. E por mais distantes as origens ou as experiências, alguma coisa há sempre em comum, nem que seja uma prima que também fugiu de casa grávida com 14 anos mas que acabou bem e até foi madrinha do meu segundo mais novo. É uma coisa fluida e sem preocupações que encontrei também em Tânger, cidade do coração. Seja na Europa ou nas américas, os indianos são sempre colegas de diálogo calorosos e generosos, com uma despreocupação de vida que fascina os ingleses há pelo menos dois séculos. Europeus somos nós muito, mas também africanos e índicos. Nada de marinheiros nem de mares salgados, gostamos de comprar bugigangas e da comida.
Ao meu lado uma família inglesa, dois filhos, eles já com a idade com que hoje se têm dois filhos. O homem, alto e com aspecto atlético, tem no braço esquerdo uma tatuagem com uma criatura das trevas, cavalgando uma espécie de pedestal. Um pergaminho anuncia: Dave. No outro braço, cobrindo o músculo, uma rosa intricada sobre uma pantera negra. Alguma coisa falou sem palavras quando vi o colosso regressando do mar com um minúsculo regador azul, cheio de água, para a miudita que chapinhava na areia. Felizmente nunca houve necessidade de escolha entre as toneladas de papel que constituem a literatura mundial e o momento em que o meu peter pan viu pela primeira vez um caranguejo a ser apanhado por um bando de mini-piratas armados de camaroeiros. Nem meio segundo precisava para a escolha.

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