Nos Estados Unidos, onde a educação é gratuita até ao final do liceu, incluindo livros e grande parte do material escolar, e onde a qualidade dessa educação é em geral boa (embora no cinema seja mais comum ver escolas problemáticas de bairros difíceis - inner city neighborhoods -) a liberdade inclui a possibilidade da educação em casa. Os pais podem optar por ensinar os filhos em casa, seguindo programas-guia, e garantindo que os filhos fazem, ao longo dos anos, os testes obrigatórios do sistema de ensino, que difere de estado para estado. Embora pessoalmente tenha alguns problemas com este sistema que exclui em princípio alguns passos fundamentais da socialização, os resultados nacionais dos homeschoolers são muito positivos. Os miúdos, regra geral, são bem preparados e emocionalmente equilibrados. Os pais que optam por este tipo de ensino são normalmente aptos para o fazer, bem educados e informados, têm muitas vezes três ou mais filhos, vivem em locais mais ou menos isolados ou, pelo menos, fora das grandes cidades. Esta opção só é possível por existir uma população com alto nível de educação fora das cidades, a tecnologia ajuda e ajudou muito neste aspecto. Em Portugal julgo que este sistema seria totalmente impossível, tanto pelo nível educativo dos pais, quer pela mentalidade portuguesa de grupo, quer pelos programas de ensino e pelo tipo de conhecimentos que é suposto veicular. Enquanto aqui se dá um grande ênfase à informação (memorização), o sistema americano dá maior importância aos meios de adquirir conhecimento (skills) e menos à informação em si. Desde cedo se aprende que há vários pontos de vista e que não existem verdades absolutas. Por outro lado, parece-me, e isto é totalmente arbitrário e não fundado, que os conteúdos programáticos do nosso ensino flutuam muito em função de modas pedagógicas. Os livros escolares são um reflexo disso. O sistema americano mantém os mesmos livros durante alguns anos: o livro de inglês pode conter matéria para vários anos lectivos, do nosso sétimo ao nono, por exemplo. Se bem que os resultados nacionais não são perfeitos, há países com melhores resultados, os países nórdicos, como a Dinamarca e os países asiáticos para a matemática, também não são negativos. A educação acaba por ser um reflexo-retrato do seu país.
Conheci uma mãe que tinha optado pelo homeschooling e, curiosa, coloquei milhentas perguntas e dúvidas sobre esse sistema. Convenceu-me a sua vontade. Os recursos para estes pais são muitos, e a sua capacidade de os utilizar é grande.
homeschool.com
educação em geral, da PBS
light gazing, ışığa bakmak
Friday, November 7, 2008
educação em casa, homeschooling
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