vila natal

como uma vila natal se transforma de um dia para o outro de local aprazível em inferno. a não ser para os viciados em filas, linhas, meia hora para os insufláveis, quinze minutos para fazer xixi, dez para a bica e uma soma de todos para a volta de pónei, sábado à tarde Óbidos vila natal é o local errado à hora errada. sexta à noite a vila dá-se, sábado de manhã respira ainda agradavelmente, à tarde todos os demónios são lançados. as crianças gostam, apesar de tudo, e os adultos compensam com as compras e com a ginjinha. o recinto está bem organizado, o suficiente para evitar o pior face à multidão de visitantes. retorno a lisboa com um frasco de pega-monstros, um saco de neve, duas espadas e um escudo, ginja e respectivos copos de chocolate e um barrete de pai natal. para o ano deveremos voltar.

regressei ainda com dois nomes a colar na memória. o restaurante Josefa d'Óbidos e o bar / wine bar Troca Tintos, ambos na rua dom joão de ornelas que corre no exterior da muralha. o menos positivo no Josefa d'Óbidos: uma decoração tradicional sem chama, entradas de qualidade mas combinando com a decoração, um serviço apático e desprovido de simpatia. por outro lado, quando chegam os pratos, alguns deles premiados, o ambiente envolvente é disparado para o espaço. o bacalhau em crosta de broa -à casa- é excelente. na cozinha deste local está alguém que merece um aplauso. assim como à cabeça do Troca Tintos, um wine bar aberto depois das seis, muito convidativo e ao qual, empatado com o cabeleireiro As Gémeas, eu daria o prémio melhor pinheiro de natal: um pinheiro preto decorado com flores amarelas e rolhas de cortiça.