um carácter que acabou por ser um pouco estranho. rodeado de normalidade perfeita por todos os lados, pode ser tudo menos igual. no entanto, a proximidade deu-lhe essa vantagem de poder tomar a cor dos lugares, como os camaleões algarvios. entre a falta e a opulência, fala muitas vezes de equilíbrio, enquanto abre os braços no centro do mergulho. a meio ar é impossível ficar.
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esperando ser capaz de lembrar todos os desvios. a original vem do livro Sabores receitas tradicionais da Madeira, mas uma coisa atrás da outra, substituições imprevistas, e lá foi a Madeira. de notar que o livro tem falhas nas receitas, falhas que detesto, esquecimentos que não julgo muito compatíveis com a qualidade da edição (a sopa de abóbora, lindíssima na foto com a sua couve, omite couve no texto; os ingredientes incluem macarronete e o macarronete desapareceu na parte do como. picuinhices, como bem disse o caravana há poucos dias). adoro picuinhices, nas palavras e nas ervas. esta sopa de castanhas diz "rectifique os temperos" mas temperos na lista de ingredientes nem vê-los. também reconheço, se não fosse assim a receita seria alemã e não portuguesa, para não abrir mão do cliché. a minha vai no mesmo caminho.
sopa de castanhas
o quê: duas chávenas de castanhas cruas ou congeladas, 1 pedaço de entremeada a substituir a carne salgada cortado em cubos pequenos, 100 gr, 1 cebola, um alho, 1 chalota, azeite bom substituindo a banha, duas batatas pequenas, 1 batata doce, 1 pimpinela nome magnífico para o xuxu substituindo o inhame. um terço de couve em caldo verde mais picado, 3 fatias de bacon cortado em pedaços muitos pequenos, umas 200 gr de abóbora em cubos pequenos, 1 lata pequena de feijão frade. uns seis ramos de segurelha, sal e pimenta. 1 folha de louro.
como: refogar a entremeada em azeite, juntar a cebola, a chalota e o alho. juntar depois as batatas, a pimpinela, as castanhas e água. cozer meia hora. acrescentar a couve, o feijão lavado, o bacon, os temperos e a abóbora. cozer outra meia hora e juntar mais azeite.
(e desculpem-me os diabéticos, aquela receita não prestava, é preciso fazer as coisas como deve ser)
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