light gazing, ışığa bakmak

Monday, January 12, 2009

gaza gaza

entre a cnn e a al jazeera. o que se está a passar em gaza é inaceitável, a morte aos nossos olhos, repudiável, faltam-me as palavras para as imagens que vejo nos canais noticiosos. que isto seja possível debaixo dos olhos das câmaras, a própria cnn me surpreendeu pelo realismo pouco comum das imagens. um ultrage mundial. avançam neste momento as forças terrestres. esta manhã ouvi, 900 mortos palestinianos civis, 3 israelitas. não me venham dizer que os "rockets" do Hamas são de chocolate (!) "The rockets will never stop", diz a Christiane Amanpour.  Nunca, nunca desta maneira.




um abraço virtual ao nosso eurodeputado Miguel Portas que descreve no seu blogue Sem Muros a visita da comitiva europeia a Gaza.

"O centro de refugiados
O centro de acolhimento de refugiados da UNRWA em Arafat é um dos 26 que administram no território. Este acolhe 1215 crianças e mulheres. Crianças e mulheres que ficaram sem casa ou sem casa e sem família. Os rostos delas e as suas palavras são severas e dignas. O das crianças e dos jovens era entusiasmado. Não entendo o árabe, mas há momentos em que o som das palavras e os movimentos dos corpos dispensam tradução. Estava tudo naquele protesto, naquela dignidade, naquelas mão elevadas para o céu e naquela felicidade momentânea. A chegada dos de fora, os primeiros a entrarem, foi um bálsamo. Afinal, não estavam sós no mundo. Lá fora, muitos se batem contra este delírio. Não lhes levámos comida, mas outro tipo de alimento. Só por isso valeu a pena. Valeu para eles e valeu para a coragem dos homens da UNRWA que, contra todas as pressões, quiseram mesmo que entrássemos para aumentar a pressão sobre os que decidem do fim deste conflito sem solução militar.
Foi nesse mesmo centro, uma escola preparatória das Nações Unidas transformada em refúgio que pudemos ouvir o responsável máximo da UNRWA na faixa de Gaza explicar o óbvio - que se houvesse uma só munição ou arma nestas escolas, ninguém nelas procuraria acolhimento. Isto a propósito do bombardeamento de outra mais a Norte, há uns dias. Foi também aí que John Gilgs nos recordou outra evidência - que cada dia que passa sem um acordo de cessar-fogo e a reabertura das fronteiras tem um preço insuportável em vidas humanas. Esta é a mensagem desta visita - a primeira a romper um bloqueio criminoso. Outras considerações, de ordem política, deixo-as para mais tarde. Agora vou rever as imagens que filmei. É noite de lua cheia, faz um frio de rachar lá fora e eu sei que aqueles corpos se encaixam uns nos outros enquanto as bombas caem."

4 comments:

Anonymous said...

é uma verdadeira chacina em directo, e é por isso que não se podem baixar os braços. falar, continuar a falar,pressionar, não vejo outra solução para influenciar as decisões. para ti, um imenso abraço.

Tozzola said...

por uma razão de estado ou de política de conquista do poder, sacrificam-se vidas e infraestruturas frágeis.
resta-nos a todos mostrar a diferenciação das armas e crueza dos números.
E tu fazes isso muito bem.
Um abraço também

Ana V. said...

tudo à espera que entre Obama. gostei da análise da Clara Ferreira Alves no Expresso deste fim-de-semana, pareceu-me a mais lúcida que li sobre isto. outro para ti querida Popelina :)

Ana V. said...

é inacreditável, esta situação que se perpetua. a popelina pôs no blogue a frase mais incrível que li sobre isto, a das pipocas... outro para ti tozz! e boa semana :)

 
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