light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, January 27, 2009

you're alive, don't you ever forget that: Lulu on the Bridge

without music there is no life. noite de filme à beira do aquecedor. reparo na cortina atrás, a banheira antiga com pés, uma moldura dourada. e ela que também foi comprar o CD daquele que perdeu a vida. o jazz nas ruas de Nova Iorque (tantalizing) once I give my heart to someone, it is forever. a bela Gina Gershon para a frente e para trás no tempo, vermelho. muito woodyesque, vou achando. mas por baixo das palavras do script, consigo ouvir a voz do Auster no estoril. mas o outro resolve-se sempre em palavras, solitárias ou diálogos, enquanto aqui a acção principal é no silêncio que decorre. uma impressão apenas. (e se eu não for especialista de arte cinematográfica não posso dizer nada?) um guardanapo de papel com conchas em relevo, um número, tiras de vozes, uma pedra. acaba por ser um homem com o enigma do futuro, o que fazer agora que está morto. morrer um pouco mais. há sempre tanta coisa que acontece às personagens, coincidências descontroladas e misteriosas que as ultrapassam. are you an ocean or a river? a match or a cigarette lighter. mesmo que muito improvável, mesmo que fora do contexto, o que transportam duas histórias diferentes e o que passa de um lado para o outro. duas paletas diversas cujas cores se misturam durante um período fechado de tempo. Lou Reed e uma tough cookie glittering, loura. as ruas de Nova Iorque são tão propícias ao desenho como as de Lisboa. wederkind. de novo só, escuro. a história dentro da história, a rapariga que sobe através de outros para depois cair, como se diz. a Lulu que Alban Berg transformou numa obra prima. e agora uma espécie de fantasma dos natais passados, um vício de escritor, texto no texto no texto. Singing in the Rain por um Dafoe às portas do paraíso, o julgamento final (melhor do que Moby Dick). tão teatral como a Lulu de wedekind. the whole thing is like a dream, it's like she's never been there. é a Amália que canta a estranha forma de vida, reconhecia-a em qualquer lado, sussurrada. a vida é uma ilusão. Ha'Penny Bridge e Singing in the Rain. se bem que me aborrecem os afinal era tudo a brincar, uma vida não foi pela outra.


ou, finalmente, gostei de ver o filme mas não adorei. há demasiadas coisas sem contexto, as imagens não são fora de série, vale sobretudo pelo trabalho excelente dos actores, um bom casting. a história deixa a desejar, para mim, com um recurso incongruente ao sobrenatural. longe da perfeição de Coeurs, mas ainda assim "better than most".

"I started looking around for inspiration," says Ivanov, "and for some reason the painter that I really connected to was Francis Bacon. It's inevitable that when I read a script, an image forms in my mind; a color, a painter, a mood comes to me. I thought that Francis Bacon was a good reference for this movie, because on the one hand, he is a portraitist, which is a traditional, formal discipline, while, on the other hand, his work is extremely experimental and emotional. Izzy Maurer seemed to me like a Francis Bacon character; he lived in that sort of dark, oppressive world, and he desperately needed to be rescued from it. This woman who comes into his life is a ray of hope, a true breath of fresh air. She is what saves him from the deep depression he has fallen into. And although Bacon uses a very dark palette, his paintings always have a line of brightness running through them as a contrast. I wanted to try to bring those same combinations of simplicity and formality, of expressionism and emotion to the set." (daqui)

No comments:

 
Share