"Em Florença[,] minha senhora, na Piazza della SS. Annunciata
que me dizem projecto de Brunelleschi, na loggia
me abrigo e escrevo
e nada arrisco se me der para dizer que Brunelleschi foi
o primeiro a intuir a maravilha do vazio que é
o material mais subtil da arquitectura
(e naturalmente de todas as artes, não importa qual a ferramenta
porque ao mesmo andam todas).
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"O nosso comum amigo-irmão José Cardoso Pires teimava que devemos sofrer para que os outros fruam: o prazer alheio nasce também da nossa vida em cruz. Claro que não se dá pelo sofrimento e muito menos pela cruz: ser espontâneo custa um vida inteira de esforços, ser feliz anos de irritação e desespero. A obra de Júlio Pomar é uma obra feliz, entendendo-se por felicidade ser cada mínimo traço o único possível, cada cor a necessária, a arquitectura a indispensável, a ocupação do espaço aquele que sonhávamos se o soubessemos sonhar."
quem é quem: Júlio Pomar o primeiro, António Lobo Antunes o segundo.
no TRATAdoDITOeFEITO e no texto "Apontar com o Dedo o Centro da Terra".
depois de umas voltas por aí, parece-me relativamente escandalosa a falta de visibilidade deste livro e a pobreza da D. Quixote no tratamento dos seus autores. Júlio Pomar não é propriamente qualquer pessoa, é inesculpável que não seja possível aceder de um modo fácil a este livro no catálogo da editora. pior é a ausência de texto sobre o autor. mas a quem pertence a d. quixote? à Leya. está tudo dito.
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