A responsabilidade da esquerda democrática
A alternativa está, pois, na esquerda democrática. Nas últimas décadas, nunca como agora o socialismo democrático emergiu com tanta clareza como a verdadeira força da mudança.
Há muito que os partidos socialistas, social-democratas e trabalhistas têm alertado para as consequências económica e socialmente negativas de uma globalização com fracos mecanismos de regulação e para a ausência de uma reforma das instituições económicas internacionais, que haviam sido criadas num contexto radicalmente diferente. Conscientes de que a concretização desta orientação não depende apenas das políticas públicas nacionais, mas sim de uma vontade global. Como afirmava António Guterres, no Congresso da Internacional Socialista, em 1996, “uma globalização não regulamentada significa necessariamente a globalização da pobreza e da exclusão social, bem como o nivelamento dos direitos sociais pelos níveis mais baixos”. Mais, “a globalização da economia mundial enfraqueceu a capacidade dos governos eleitos de fazer isoladamente frente a manipulações monetárias especulativas, à evasão fiscal e ao branqueamento de capitais. Precisamos de melhores mecanismos de coordenação internacionais”.
Não estamos, hoje, perante mais uma correcção cíclica das economias mundiais. Esta crise resulta de opções políticas que afastaram deliberadamente a regulação pública de zonas imensas dos mercados financeiros, de modo a que o sistema financeiro global assentasse numa lógica de auto-regulação, com níveis intoleráveis de opacidade. E tais opções tiveram como consequência aumentar a volatilidade e acentuar o desfasamento entre a economia financeira e a economia produtiva.
A realidade não veio apenas dar razão a quem sempre sublinhou a necessidade de enquadrar política e institucionalmente a globalização, como também criou uma nova responsabilidade histórica para o socialismo democrático. Uma prioridade imediata: combater a crise económica, proteger o emprego, apoiar as famílias. Uma tarefa: reforçar a regulação dos mercados financeiros. Uma atitude: responsabilidade.
Isto implica reafirmar a síntese que caracteriza o socialismo democrático: o compromisso irrenunciável com a liberdade política e a defesa de uma relação equilibrada entre mercado – como instrumento privilegiado para a coordenação dos factores produtivos – e Estado – como instituição estratégica para a garantia do interesse comum.
do site socrates2009.pt, onde já tenho um mymov, embora não seja filiada nem tenha a mínima vontade de ser filiada em coisa nenhuma. tenho um cartão da fnac e já é demais. diria que sou um exemplo atípico ou, por outro lado, exemplar, um pouco à semelhança do "sou católico mas não pratico" (outro clube a que não pertenço). nas europeias Miguel Portas porque sim e porque não aos outros todos, legislativas Sócrates, quem mais(?), nas autárquicas sem dúvida António Capucho que fez de Cascais uma das câmaras mais eficientes e bem geridas do país.
2 comments:
Ana, li e tudo eu perceno muito bem. mas e o Capucho???
percebo, ali em cima, claro
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