light gazing, ışığa bakmak

Thursday, April 30, 2009

não há desculpa, já

para não ler Marcel Proust.



"Mais j’avais revu tantôt l’une, tantôt l’autre, des chambres que j’avais habitées dans ma vie, et je finissais par me les rappeler toutes dans les longues rêveries qui suivaient mon réveil;"

"ma chambre à coucher redevenait le point fixe et douloureux de mes préoccupations. On avait bien inventé, pour me distraire les soirs où on me trouvait l’air trop malheureux, de me donner une lanterne magique, dont, en attendant l’heure du dîner, on coiffait ma lampe ; et, à l’instar des premiers architectes et maîtres verriers de l’âge gothique, elle substituait à l’opacité des murs d’impalpables irisations, de surnaturelles apparitions multicolores, où des légendes étaient dépeintes comme dans un vitrail vacillant et momentané. Mais ma tristesse n’en était qu’accrue, parce que rien que le changement d’éclairage détruisait l’habitude que j’avais de ma chambre et grâce à quoi, sauf le supplice du coucher, elle m’était devenue supportable. Maintenant je ne la reconnaissais plus et j’y étais inquiet, comme dans une chambre d’hôtel ou de « chalet », où je fusse arrivé pour la première fois en descendant de chemin de fer."


e os hábitos de leitura:
"O grupo dos países onde os cidadãos assumem não terem lido um único livro nos últimos 12 meses é encabeçado por Portugal com 67%. Seguem-se a Grécia com 54% e a Espanha com 53%." (daqui)

e engraçados são os hábitos de leitura alheios: "Quando entro em uma livraria, costumo ficar muito tempo lá, mesmo que em pé, sem café e com olhares tortos dos atendentes que sabem que não costumo comprar nada", estes os do André. estou com ele. este, também partilhado, "Se eu não gosto do livro nos primeiros capítulos, deixo-o de lado sem culpa", é do Alexandre. também dou e doo livros com frequência e também leio em qualquer lado, mesmo com muito barulho. nunca tinha pensado nisto, que faz a Sônia, "Alguns amigos me estranham, pois amo tanto meus livros que sou capaz de arrancar uma página que eu considero especial e dar para alguém que eu acho que não leu, para que esta pessoa descubra que precisa ler aquela obra de qualquer maneira...", uma excelente ideia na teoria mas que me seria fisicamente dolorosa na prática. odeio best-sellers, troco os livros de papel por qualquer outro meio, se estou chateada vou para a fnac (e se não estou também). leio vários ao mesmo tempo. leio partes de vários. muitos que comprei nunca li. não gosto que me dêem livros. as introduções, se leio, raramente, leio no fim.

"ma grand’mère qui trouvait que « c’est une pitié de rester enfermé à la campagne » et qui avait d’incessantes discussions avec mon père, les jours de trop grande pluie, parce qu’il m’envoyait lire dans ma chambre au lieu de rester dehors. « Ce n’est pas comme cela que vous le rendrez robuste et énergique, disait-elle tristement, surtout ce petit qui a tant besoin de prendre des forces et de la volonté. » Mon père haussait les épaules"...

Marcel Proust, À la recherche du temps perdu, Du cotê de chez Swann (.pdf)

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