light gazing, ışığa bakmak

Friday, May 15, 2009

ainda na arqueologia humana das casas



so this is it. na esquina da Miguel Bombarda há um espaço em que estava uma casa. pelas minhas voltas, não deve ter demorado mais do que duas ou três semanas a vir abaixo. agora que tem sido tempo de casas e de arqueologias humanas, não podia deixar de pensar que o desaparecimento de uma casa é mais fundo do que o de uma pessoa, se fizermos contas aos anos. e olhando para trás, desconfio que nunca vivi numa casa nova. de muitas faço uma história de propriedades mais ou menos a custo, de outras nem pensar saber quem lá passou, ou por serem demasiado velhas no tempo ou por serem demasiado promíscuas, mais do que as barrigas de aluguer, e serem de paternidade confusa. gosto das móveis e das modulares, tentativas de as tornarmos mais dentro do nosso limite temporal. aqui faço um paste do defuturing, um conceito que não pode ficar longe destas mudanças. mesmo o seu recheio. digamos que mais intratável do que os recheios culinários, de picos brancos e macios, doces a escorregar na língua molhada. o recheio destas casas de passagem também transita desta mão para aquela, muda de forma, e de cor, de local, de conteúdo até e sobretudo. dividi-lo, segurá-lo, remodelá-lo, um microcosmo das paredes. os navios e os elefantes são muito mais simples.

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