Brazabum
Evandro Affonso Ferreira
cá, pela Cotovia
Sim, não valho um alfinete, dois caracóis, uma pitada de tabaco, e assim por diante, sou um indivíduo vil, canalha, calhorda, vida toda fui assim, estrabulega, contrário ao bom senso, fazendo gato-sapato da sorte, fertilizando os próprios reveses, não mereço a terra, o ar, a água, o fogo sim, mereço ser eternamente chamuscado pelas labaredas do inferno, sou a abjecção em pessoa, descendente do caipiroto, nasci para andar fora dos eixos, deitar cascas de banana no caminho dos outros, sou nocivo lesivo danoso, desde sempre, sim, parceiro, você tem razão, desta vez ultrapassei os limites da maldade, concordo, no começo, confesso, colocava açúcar no potinho pendurado ali na cela, os colibris vinham, ficavam paradinhos no ar, bicando a flor de plástico, que belezura, depois, pensei, vou foder com a vida desses idiotinhas, eureka, há seis meses jogo veneno de rato na água, ehu, último andar, queda livre cinematográfica.
:.....
No comments:
Post a Comment