saltar de rede em rede tem os seus momentos anedóticos, os seus perigos, as suas superficialidades e as suas surpresas, mas algo de bom pode resultar de todas elas. o questionar da identidade é um dos aspectos positivos (e eu que já fui considerada bibliotecária, dona de casa cozinheira e jornalista à paisana, receio ter desiludido os que me conheceram depois da ideia-feita). outro aspecto é receber em primeira mão e em directo (o Caderno matinal de José Saramago, "chega a mais pessoas do que os jornais em papel", pois chega) a informação filtrada pela nossa própria vontade, uma espécie de auto-censura positiva mas que convém manter limitada dentro de algumas fronteiras razoáveis depois do entusiasmo inicial (e a alegria twitteriana do contacto cara-a-cara com alguém que se assume melhor, mais alto, inatingível, ou seja, dentro da esfera da fama; uma impressão de nivelamento).
tudo desvios para deixar aqui "
Nine Disasters" de Kelley Walker, que já tinha referido
muito de raspão há pouco tempo. estes
desastres chegaram via facebook: o MoMA divulga regularmente, através do facebook, as suas actividades mais mundanas como festas, inaugurações, eventos e, neste caso, permite o download de uma imagem que faz parte da sua exposição "
Compass in Hand". (download
aqui)
e o que sobre ela dizem: "Artists today are expanding the traditional definition of drawing beyond merely “a work on paper,” to include the use of unconventional media. Acclaimed artist Kelley Walker, for example, has helped to evolve the definition of drawing with his innovative work in the digital realm. His work nine disasters (Florida City; Maui; Moran; San Fernando Valley; Anchorage; Kobe; Elba; Los Angeles; TWA Flight 800) (2002), a recent addition to the Museum’s collection, is comprised of nine digital images of disasters taken from mass media. The images are arranged in a grid and superimposed with a constellation of circles made by the artist. Walker stipulates that the images can be reproduced and disseminated as often as desired and on any variety of materials. In consultation with the artist, the work was reproduced as wallpaper for the exhibition."
enquanto isto, e muito fora da rede, vem o som de fado barato de uma casa vizinha. ou podia ser um concurso. a virtualidade não cheira mal nem faz barulho mas também, se formos ver, não cheira a nada.
4 comments:
Tão bem dito - epá e mais plataformas que inventassem, mais de nós íamos conhecer/explorar/ocultar/fantasiar blablabla
E já a sonhar que ai, se a vizinha do lado - fanática por rissolinho e croquetezinho com certeza - fosse só virtual... A malta que passa no corredor comum agradecia.
quanto ao moma: quando LÁ for, tenho de mesmo de lá ir. na "to do" sem horário. ;o)
Não sei se é a vizinha ou a sociedade recreativa que quando há arraial chega aqui o som com o vento :)) mas é raro.
Para mim está prometido o dia mas ainda não é este verão, circunstâncias inesperadas, bolas, bolas !
esta época a música virá acompanhada (ou não) de um cheirito a sardinha ou fevera... com a aproximação, surgirão outros odores próprios do afã humano.
porque será que as coisas que até poderiam ser complicadas, à primeira vista, quando mostradas por ti se derretem na boca com uma facilidade enorme.
já comecei a ler e a apreciar o nobel português com a curiosidade instigada por ti; agora lá vou à procura dos cadernos para saber do que falas... é por isso que te sigo, para aprender
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voltando atrás, com certeza serás mãe, dona de casa e cozinheira, basta andar por aqui e ver; bibliotecária não serás na verdadeira acepção da palavra mas tomaram muitas bibliotecárias saber o que sabes e conhecer o que conheces em matéria de literatura; jornalista, pensei nisso mas já desisti de tentar lá chegar.
ainda, não acredito que alguém tivesse ficado desiludido depois de te conhecer...
bom fim de semana
:D
Epá que falhou o link! Aqui vai Armando: http://caderno.josesaramago.org/
Beijinhos!
:)
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