light gazing, ışığa bakmak

Sunday, June 21, 2009

origem

"Quando D. Afonso Henriques tomou Lisboa, consentiu-se ao moiro que refluisse para os subúrbios da cidade, e ele aí se estabelecesse, entregue ao cultivo das hortas com a água a escorrer da nora gemedora. É desta gente consentida, moirisca e subalterna, que deriva o mais da gente que habita os contornos da Lisboa, o 'saloio' de tez morena, pele tisnada, olhos e cabelos negros ou castanhos, membros secos, tipo sem finuras de raça e beleza plástica de linhas, tão afastado, em verdade, da gente bela e robusta do Norte, como o berbere dum dos melhores rebentos da gente circassiana." (Raúl Proença, 1924)

"raça curiosa, embora bisonha de reduzida expansão sentimental." (Nogueira de Brito, 1943)

"Cristãos-novos conversos, nunca se desvaneceu de todo o islamismo hereditário que lhes circula nas veias e transparece nesta e noutras expressões do seu temperamento. (...) O cerne arábico está saliente, não só na pigmentação morena, mas ainda na seiva vital, na psicologia própria, no comportamento social e moral deste aglomerado humano. O saloio não tem a sensibilidade devota, o fervoroso misticismo da gente nortenha..." (Guilherme Felgueiras, 1980)

"o saloio seria o moçárabe, isto é, o autóctone, remoto herdeiro de uma cultura hispano-romana que floresceu nos Agri do Município Olissiponense. (José Cardim Ribeiro)

tudo no livro de Manuel Paquete, Cozinha Saloia. da Colares Editora.

arroz doce saloio, também deste livro

o quê: 500g arroz, 7,5 dl de leite, 12 gemas, 400g de açúcar, 1 casca de limão, sal, canela em pó

como: leva-se ao lume 1,5l de leite com umas pedrinhas de sal e a casca de limão e deixa-se levantar fervura. Introduz-se o arroz lavado e escorrido e deixa-se cozer até a água evaporar. Começa então a juntar-se o leite a ferver a pouco e pouco. Adiciona-se o açúcar. Retira-se do calor, deixa-se arrefecer um pouco e juntam-se as gemas. Leva-se novamente a lume brando só para cozer as gemas. Serve-se em pratos ou travessas e decora-se com canela em pó.

2 comments:

Anonymous said...

Lisboa ,a última das cidades MEDITERRÂNICAS ,condenada ao Atlantico pelo estuário.

Ana V. said...

no termo de Lisboa

 
Share