poemas de Fernando Pessoa do livro Contra Salazar, editado pela Angelus Novus.
[ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR]
António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular...
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.
29-3-1935
[ESTE SENHOR SALAZAR]
Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só o azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu...
Um sonhador nostálgico do
abatimento e da decadência1
29-3-1935
[COITADINHO DO TIRANINHO]
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho,
Nem sequer sozinho...
Bebe a verdade
E a liberdade,
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné,
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé,
E ninguém sabe porquê.
light gazing, ışığa bakmak
Sunday, July 5, 2009
coitadinho do tiraninho
Publicado por Ana V. às 1:03 PM
TAGS Biblioteca de Babel
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1 comment:
Mesa,
Não imaginava Pessoa anti-salazarista! ainda bem, fico a gostar mais dele.
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