diário de uma turista ocidental: en route

o homem de aparentes negócios em riscas e o beautiful queer. instala-se uma estranha dinâmica. um poeta na bagagem. o homem das riscas lê um artigo portátil, um maestro em actuação levanta os braços na página. hoje já não é domingo e choveu um pouco. uma responsabilidade o poeta na bagagem. passando regularmente os dedos pelo cabelo. as unhas dos pés do beautiful one estão pintadas de preto. leio que Maria Stuart coleccionava peças de Delft e que enchia as casas com elas, pilhas e pilhas até ao tecto, dizia Jonathan Swift. lá fora, Delft. adiante, sai the beautiful one carregando a sua boca Carmen Miranda e o blusão preto. o cabelo do homem às riscas não cheira agradavelmente. impacienta-se na leitura. o passar do tempo desvanece o encanto. duas janelas, dois, três andares. o homem distrai-se e olha em branco pela janela.

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tenho pouco respeito por isto. original. gostava de ter mais trinta e quatro palavras para dizer cinzento. a cidade pressente-se à medida que vai chegando. nem o campo era já tão verde e há avisos. uma voz do magrebe por cima das outras. em Schaarbeek as putas estão na montra à espera, uma expectativa de outro género. e assim se sabe, cá estamos. o homem das riscas sai bruscamente. uma adolescente de feições finas cobertas pelo véu negro que prende debaixo do queixo com um gancho. dois skaters tímidos a pedir direcções. instala-se uma estranha dinâmica.