light gazing, ışığa bakmak

Thursday, August 27, 2009

a prostituta de Coetzee

"Na cama Soraya não é exuberante. Na verdade, o seu temperamento é bastante reservado, reservado e dócil. As suas opiniões são, surpreendentemente, moralistas. Fica ofendida com as turistas que mostram os seios (as "tetas" como ela lhes chama) nas praias públicas; acha que os vagabundos deveriam ser presos e mandados varrer das ruas. A ele pouco lhe importa como ela consegue conciliar tais opiniões com a profissão que tem." (in A Desgraça, Coetzee) o herói, surpreendentemente, é ele e a sua mid-life crisis.

2 comments:

Anonymous said...

Questão curiosa que me surge após ler esta entrada. A prostituição não é a ausência de moral. Aliás, a prostituição não é sequer uma questão moral mas sim uma questão material. Há mulheres da vida progressistas (de sinistra como diria o meu caro Lúcio Dalla (..era una putana di sinistra che non ragioneva male…- passagem da canção Disperato Erótico Stomp) e reaccionárias. Eu creio mesmo que algumas das raízes fundas, embora inconscientes, do pensamento fascista circulam naturalmente no modo de pensar “popular”. Será um pouco o caso desta prostituta do Coetzee, não?
Berlino

Ana V. said...

De acordo! O que para mim levanta uma série de questões mais interessantes do que a crise do protagonista, mas ainda vou no início do livro.. :)

 
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