light gazing, ışığa bakmak

Thursday, September 10, 2009

do amor, dos amores de Lilly Texier


"My dear little Lili, Claude has still not recovered from the nibbles of your dear little mouth! And he can hardly leave off thinking of that evening when you gave him so much pleasure in the nicest way, and with the most complete abandon in the world."


carta de Claude a Lilly, citada em The Life of Debussy. as biografias podem dar insight, uma certa vantagem, um desvendar do segredo, tudo o que se pretende de uma biografia. para mim, são sempre uma espécie de revista cor-de-rosa feita cultura pelo tamanho do vulto biografado. o abandono de Lilly, uma modelo com quem Claude casou, não foi suficiente. Lilly era amável, generosa e prática, uma rapariga "simples". ou dito de outro modo, "Their marriage remained outwardly happy. But after four years her gentleness, naivety and simplicity were beginning to lose their attraction, unsupported as they were by any real musical or intellectual abilities", do mesmo livro. quando foi trocada pela inteligente Emma Bardac tentou o suicídio com um tiro no peito, em plena Praça Concorde. "At least four times Lilly threatned to commit suicide. On Thursday 13 October she shot herself in the breast." o suicídio falhou, a bala ficou alojada entre as vértebras, Claude não voltou. presumo que fosse um homem intenso, a mulher anterior a Lilly tinha também tentado o suicídio, ou era este método duvidoso algo em voga.

"They took me into a tiny room, and there lay Lilly, with a bullet in her breast, wanting to die because her Claude had not come back to her. You must understand that this young girl never knew anything else in life but her love of Debussy. She took care of him like a child. They had worries and debts and disappointments, but no one ever got into the little apartment of the Rue Cardinet to interrupt Debussy at his music... When Lilly had finished telling me the story, the surgeon came in to dress her wound... and opened her nightdress, and in my life I have never seen anything so beautiful as Lilly Debussy from the waist up. It was just like a glorious marble statue, too divine for words! Debussy had always said to me, 'Mary, there's nothing in the world like Lilly's body.' Now I knew what he meant. And lying underneath Lilly's left breast was a round dark hole where the bullet had gone in, without touching anything vital - and Lilly didn't die. They never got the bullet out. That little token of her love for Claude Debussy stayed with her till she died"(...)

e dela é o que se sabe, dele prefiro tantas mil vezes ouvir o L'Après midi d'un Faune. ou o mar. a história que ouvi foi outra, foi dos raios de sol a entrar na floresta e de ninfas que se espreguiçavam. esta Lilly e as que ficaram para trás são o quintal e não a entrada. a Dordalma de Jesusalém, outra virgem idealizada, e Cláudia a mulher de calças. a leviana e a mãe-sem idade, acaba por ser muitas vezes a mesma coisa, e ao longo do tempo. em trejeito, hoje reencontrei uma amiga que não imagino que pusesse uma bala no peito facilmente, mas por quem algumas pessoas eram capazes de o fazer. andamos por aqui em círculos.

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