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curtíssima pausa para reflexão . lá para um dia ou dois ou meio dia. quem sabe.


não sou pessoa de casas vazias em dias de calor abafado. estava doce demais mas não estava mal de todo. chama-se celestial seasonings e sabe a amêndoa, agora que acabou a outra caixa e enquanto reservo o Rooibos para o frio. temos que fazer uma coisa em conjunto. que canto de sereia.

e emaranhada no tea break, à luz de vela e sem fazer barulho, as primeiras páginas de Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar. tenho pena de não estar ali. por cá, neste reading silencioso também se tropeça nos quatro sentidos. ou cinco.

(...)"porque se existem três coisas agradáveis na vida são cortar folhas pelo picotado, esmagar entre o polegar e o indicador num estalinho cujo som me exalta as bolhas de plástico com que se protegem os cálices nos caixotes e o acto de carimbar, volúpia sublime por se decompor em diversas fases, primeiro humedecer o carimbo na almofada de tinta, segunda esmurrá-lo contra o papel numa energia feroz e por último a contemplação, ia escrever feliz e escrevo feliz, a contemplação feliz da obra acabada,"

em Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar, de A. Lobo Antunes

e uma chávena sem carimbo mas talvez com picotado enviada, sem fios, para ali, onde passam nuvens.