light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, December 8, 2009

fingindo ou não

Wiederkehr

Rita Dove

He only wanted me for happiness:
to walk in air
and not think so much,
to watch the smile
begun in his eyes
end on the lips
his eyes caressed.

He merely hoped, in darkness, to smell
rain; and though he saw how still
I sat to hold the rain untouched
inside me, he never asked
if I would stay. Which is why,
when the choice appeared,
I reached for it.

valeu a pena chafurdar duas horas no lamaçal de livros inúteis da Buchholz, os restos portanto, para encontrar este de Rita Dove, uma surpresa. ponho-me a pensar se talvez aqueles milhares de volumes que não me falam mesmo nada chegam a ser importantes para alguém. empilhados e desconhecidos, dezenas de milhares de poetas que desconheço, tentativas de ficção, e as resmas de papel que se gastaram a falar dos que verdadeiramente interessam, um espectáculo de inutilidade que nunca mais me vai sair da cabeça, bem que o associei ao velório e ao guardar do ente querido dessa imagem da morte, o rosto lívido, a pele borracha, o corpo duro, uma imagem repugnante. assim a imagem dos livros inúteis, indesejados, desconhecidos e envelhecidos em que eu e os outros remexiam, à procura de um Graal que tivesse escapado aos olhos do vizinho. desabafo-exorcismo, valeu este poema na devastação.

os poemas muitos caseiros de Rita Dove e de outros desta geração de detalhes interiores. pequenos objectos do quoditiano, e os meus preferidos, levantam para mim a dúvida em relação a o poeta é um figidor, melhor dizendo, a relação escrita-realidade, um pouco como a fotografia de Aino Kannisto, que tive o enorme prazer de ver este fim-de-semana.



"I make constructed pictures. I build fictional scenes which I record with the camera. I act out the parts of the individuals in my pictures. However, my pictures are not self-portraits in the traditional sense. The person in the picture is a fictional narrator in the same way as there are narrators in literature. My pictures are fantasies, I represent an atmosphere or a mood through fictional persons. Fantasy is a means to speak about emotions.

Making art is for me a reaction to being in the world. I am engaged with my artistic work as I am always a perceiving and reacting human being. I see pictures in my mind, the things I have dealt with come into my dreams and still moments. I cannot stop working as I cannot stop thinking or existing in the world." Aino Kannisto (daqui)

e já agora, para fixar este link

No comments:

 
Share