se dizes branco gela-me a boca e estala quase o esmalte, gelo a tiritar contra os dentes. quando era novo e caminhava de costas quase hirtas via-o longe na sua farda marítima, magro e empunhando binóculos contra um fundo de icebergs como no filme, mas este sem a melodia das cordas e o metal dos sopros, só vento e o ruído amuado da água quando vira as costas. ou flores. as de hoje em branco, por nascer, três vasos que ficaram lá fora junto ao cansaço, no jardim que queria ser espuma e afogar-se.
enquanto isto, lá se corre pela linha negra da estrada que atravessa a planície, perdão, planalto diz o meu pai, branca. livrinho por colorir. ali: coisas caseiras e só, de tudo foi melhor o caramelo inicial, pela cor de ouro e por se espalhar em papel vegetal, onda de açúcar. se derretesse a neve em caramelo. e acoli: restauradores para condizer com o tom.
tratar de poinsettias [pulcherrima] e mexicana. crescem alto e tornam-se pequenas árvores que florescem em datas festivas. a minha luta com o inverno. morre de frio a menos de 10º. mantida no escuro de noites longas para florir. amanhã regressa a casa, lá por serem palavras não quer dizer que não sejam coisas também.
reparei que ouço e ouço e por vezes acredito naquela história particular e afinal quando lá cheguei o fim estava no início e o meio misturava-se em tudo, os velhos eram novos e tinha-se perdido a conclusão moral. depois passei a ter uma outra expressão. se há quem dê por ela.
4 comments:
um branco a quatro mãos é sempre mais branco =o))))))
aproxima-se perigosamente o Xau! ;)
Há quem dê por ela, sim, Ana. Porque é uma expressão de "avant-garde", e não se zangue por eu insistir: surrealista. Bom. Para amenizar: surrealista à sua maneira... Mas lêem-se estes pequenos cristais que vai lapidando de vez em quando e pensa-se "como esta mulher escreve bem, ohhps! Que anda ela a fazer por aqui, por estes blogs mais ou menos secretos que apenas meia dúzia de fiéis ou simpatizantes lêem e professam? Porque é que esta mulher não põe mãos à obra a serio, recata-se, escreve um livro e é um estrondo. Porque ela escreve, My God. E como escreve!"..
Bom. Bom dia, Ana. A vida é assim.
:)Berlino
Berlino, nem eu era capaz nem era coisa que me atraísse..
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