curioso é pensar que ainda há tão pouco tempo dormi sem nódoa através de um tremor oceânico, era noite. se. se. na esgrima palavra-imagem a catástrofe deixa-nos literalmente sem palavras e a imagem reina de longe (NY Times slideshow). talvez injustamente, mas gosto de comparar as imagens apocalípticas de The Road ou mesmo as de Blindness, imagens em cinema que nasceram de palavras, o que faz diferença. qualquer filme catastrófico ou livro, até o Ensaio da Cegueira e Saramago, escritor de multidão, focam o olhar num grupo restrito mantendo os outros humanos como cenário ou pano de fundo (gosto da noção de pano de fundo, pelo pano, pelo fundo, pelo imenso pano pintado a relembrar o S. Jorge e o Tivoli e os pintores de divas e gansgters, o que será feito deles em tempo de offset). estou convencida que esse focar, para além de servir a convenção do género, se deve à incapacidade geral de apreender números elevados. a tragédia de muitos, pela enormidade, não é apreensível. ou desumaniza-se. e assim vamos sendo sovados com estas imagens, sem palavras, e hopefully - somos levados a contribuir para ajudar quem toma acção. apesar de tudo, o sentimento humano de empatia existe.
light gazing, ışığa bakmak
Thursday, January 14, 2010
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