afinal quem ganhou foi Filipa César com a história de sal e exclusão. gostei das imagens, da história, da censura e do martírio mas veio em má altura. andei a voar com corujas, as bebés de Martin Waddell -voltamos sempre, voltamos - as que vão chegando, mesmo que seja ao longe, de Jackie Morris. amanhã talvez recupere, como dizem nas notícias esses eles responsáveis pela realidade, recupere a imagem da coruja silenciosa do Alentejo litoral. só novidades, nesta quarta-feira. alguém acredita nisto, a peganhar a boca e a cara, a correr nos morangos, nos dedos, chupar os dedos. abrir a tampa e fechar e abrir depois de um minuto e voltar a fechar até não restar mais doce. no nicho de British Foods. paguei a conta e vim embora (dois euros por 100g de chocolate chips).
deprimiu-se pelos rios de pedra Madeira abaixo, deprimiu-se pelas mentiras assanhadas e manobras jornaleiras, e ainda por todos os bairros e farmácias e estações de combustível que foram assaltados nos últimos sete dias. pelo menos encomenda as cápsulas online, preenche os quadradinhos onde automaticamente aparece um sinal de conferido, clica aqui e salta uma maré de agradáveis palavras e imagem suave. não se lembra se tem música mas lá na parte de trás do pensamento está o tom nonchalant das notas a acompanhar o timbre da voz do anúncio, a gota espumosa a formar-se no ar como uma outra nuvem. e mais quadradinhos, promoções e segredos - tips. no ar a subir um aroma em forma de s esticado e a impressão de finalmente descanso, controlar esta parte do meu mundo, clique clique. já a caminho, confirmadíssimo, bem educadíssimo.
é engano pensar em Pedro e no seu lobo de cada vez que pensa em fagote. bassoon. Joseph Bodin de
Boismortier, gostava de ouvir esta sonata no fim-de-semana mas será quase impossível. Helena foi sua colega de escola, quando havia bata quadriculada, e no entanto não se lembra nem da cara nem do nome.
Boismortier was purely a composer and one of the first to have no patrons: he made his living simply by writing new works of music.] anda por aí um livro que relata, suponho, uma história de amor na Figueira da Foz. o Expresso cilindrou livro e autora, de tal maneira que os "trejeitos literários" ou uma expressão igualmente mortífera andaram comigo o resto da semana. e para transformar isto em verdadeiro
confetti, dizer que
Amanhecer de Stephanie Meyer está no grupo de "literatura em português". papelinhos. mas se o
Prometeu Agrilhoado está nesse mesmo grupo e no sub-género "romântica" estou a tempo de desistir.
fiz as contas e ele também, uma folha inteira de contas, minus mom. e o patinho feio de uma ponta à outra. vamos ver dinossauros.
ciaccona, chaconne. variações que combinam com as flores sintéticas e com as curiosidades dos gabinetes. acabo na
Gótica de Cornelis Dopper, por ser gótica e pelo nome dele. as meninas que escrevem blogues diários são as mesmas que tinham um livrinho com chave e fechadura minúscula de tão secreta onde largavam
queridos diários e a data com letra arrevesada e por vezes esferográfica colorida e por vezes até com cheiro a rosa ou lavanda para ilustrar fotos antigas com meias que eram soquetes ("
Em Marc Jacobs, por exemplo, nem as soquetes tiraram a seriedade dos looks."). também havia pétalas de flores e as razões eram várias: porque simbolizavam isso mesmo, porque podiam substituir o perfume das canetas, porque funcionavam como uma parte do todo que tinha sido oferecido e nesse caso eram roubadas de um jardim ou parque como no anúncio. todo um universo de experiência sensorial tão enriquecedora que escapa à nova geração.
quebrando aquele hábito: de vir cá, dar uma volta, ver as vistas, a volta de Domingo enfim, talvez não reste quase nada.
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real politik: já não tenho sonhos. às vezes trato demasiadamente mal as cinderelas e esqueço-me que aquele sapo com a boca esticada pode ser o seu pombal, a sua neta. para traduzir: a sua razão de viver.
(...)
somos uns animais deformados e a manutenção da espécie (gosto sempre de me denominar espécie) baseia-se em inexistências dentro das nossas cabeças. mais fortes do que o próximo almoço, há quem nem coma.
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