light gazing, ışığa bakmak

Saturday, March 27, 2010

8 dias

e estarão encerradas as festas de primavera. no final da Letra Escarlate que se tornou um monumento de si próprio, como os nossos Maias. o que se deve dizer sobre isto e o que é suposto significar esta personagem. chega a ser difícil olhar para a personagem através do fumo espesso do texto sobre o texto sobre o texto. ultrapassando o final, já em segunda e terceira volta, tentando olhar para a criança-elfo que é suposto ser um símbolo, é suposto que eu diga que é um símbolo, talvez até o autor tenha afirmado que a criança-pérola era um símbolo e mesmo assim vejo nela as características de uma doença comum do comportamento. não se pode discutir a história, como fazem as vizinhas no café umas sobre as outras, os homens no café uns sobre os outros. porque não é uma história mas um propósito, um efeito. alguns autores têm o vício da história, eu tenho esse vício sem ser autora (é só uma história, não é, diz ele a meia-dúvida). assim se fazem muitos escritores de livros infanto-juvenis. outros maltratam a história como se fosse um defeito, um mal congénito. o que me apetecia mesmo era estar numa praia onde pudesse apanhar vidros polidos pelo rolar das ondas. aqui canas, cordas verdes (são cordas ou cabos?), restos de sacos, de redes, garrafas, tudo plástico. foi na praia das Maçãs. a maior parte das vezes vem sem til: ouvi que era pecado maior que a queda do paraíso, roubar a maçã à Eva e dar-lhe uma maça. latim vulgar *matea, do latim mateola, -ae, bastão, pau, cabo. hoje foi dia do teatro, dia de toda a gente fingir que gosta e que vai e que vê, até os canais tv e os noticiários. mas não há teatro na tv. sopa sumo de laranja e peça de fruta. e Pearl, em reflexo de água:

"By this time Pearl had reached the margin of the brook, and stood on the further side, gazing silently at Hester and the clergyman, who still sat together on the mossy tree-trunk waiting to receive her. Just where she had paused, the brook chanced to form a pool so smooth and quiet that it reflected a perfect image of her little figure, with all the brilliant picturesqueness of her beauty, in its adornment of flowers and wreathed foliage, but more refined and spiritualized than the reality. This image, so nearly identical with the living Pearl, seemed to communicate somewhat of its own shadowy and intangible quality to the child herself. It was strange, the way in which Pearl stood, looking so steadfastly at them through the dim medium of the forest gloom, herself, meanwhile, all glorified with a ray of sunshine, that was attracted thitherward as by a certain sympathy. In the brook beneath stood another child--another and the same--with likewise its ray of golden light." Hawthorne em The Scarlet Letter.


mas não é plana. "19th-century Romanticism attempted to restore them to full stature, often depicting them as very young, probably adolescent (lack of facial hair on male elves), men and women of great beauty.", os elfos na wiki. porque é que um elfo, nesse caso, é a representação de um crime, crime de pecado, elfin beauty. na 2 uma onda de pombos-correio no filme Lavado em Lágrimas. sea glass, apanhar e incrustá-las em anéis e pulseiras, mas nunca lhes chamar lágrimas do mar porque há nomes que matam a ideia da coisa, como há palavras que acabam com as histórias ou imagens que destroem intenções, boas ou más, e os elfos no deviant art (de onde vem tudo aquilo?) mataram os elfos românticos. no filme, um jovem João Cabral fuma cigarros nervosos no jardim do Príncipe Real a meio de uma história sem encanto. e agora. perdi-me.

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