light gazing, ışığa bakmak

Monday, March 29, 2010

sala dos livros

pode ser redonda ou quadrada ou subterrânea, envidraçada ensolarada empoeirada morta submersa em fungos morcegos eco silêncio vazio. aquela era uma porta a meio de um corredor longo, depois de outros dois corredores longos, com portas fechadas de ambos os lados. todas as portas eram um desconhecido. os corredores eram escuros, a luz brilhava só no chão pelas frinchas das portas. uma delas escondia uma pequena enfermaria. secretária cadeira e pequena cama. o terceiro corredor virava em ângulo recto mesmo a meio, reentrância, contra-curva e depois continuava recto até à parede branca na escuridão final. aquela volta cortava a vista e amedrontava. a meio da curva uma porta escondida que dava acesso à biblioteca. abria-se a porta como num parto: de repente uma nuvem de pó e de luz. em fundo os faróis de prateleiras a elevar-se até ao tecto. violento.

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