não é brincadeira mas um determinado Miranda Mendes, vivo e activo nos anos sessenta do século vinte, recenseou mil trezentas e quarenta e duas obras. para além desta narrativa de aventuras de valor medíocre (e isto é tão mau como espreitar pelo buraco de uma fechadura) - Benito Cereno - o que avaliou mais Miranda Mendes?
Os Oportunistas de Italo Calvino obra suficiente. Doris Lessing, A Erva Canta: "Conquanto as coisas se passem fora do nosso Ultramar, num ambiente diferente e obedecendo a comandos que nos são estranhos, é de encarar com prudência a inclusão do livro nas nossas B..." Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac: "De modo geral a narrativa é monótona, sem interesse, porque formalmente imperfeita e tangencial na observação, além de contar sem relevo nem sentido especiais" J. Viçoso Freire, Auto do Cordeirinho Branco: "Pequena representação de natal, com o mistério do nascimento e a oferta dos pastores. Há falta destas peças nas B., onde são muito procurados para representações locais."
esta era a vida de Miranda Mendes, que dormia sem remorso. posso rebolar a rir disto. posso pensar como digo: ainda bem que estou agora e não antes (todos com grandes barbas, gostavam de comer sardinhadas no meio do povo. mas esta foi outra conversa). mas e se eu aqui for a Miranda Mendes deste lado, com o desconto e o alívio de ganhar a vida a fazer outra coisa. pensamento-sombra, como os que assolavam o Comandante Amasa Delano, e para reservar.
os regimes precisam das suas beatas e Portugal esteve mergulhado nelas até aos queixos, neo-realisticamente falando. e já fujo de Benito, distraída, é preciso voltar ao texto.
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