light gazing, ışığa bakmak

Wednesday, May 5, 2010

as ideias independentes

acossadas aos tempos de duche e de trânsito em altura de pico de trabalho. ainda não refeita da idiótica tirada de Ginsberg contra Pessoa; mas há um livro de Bloom -o homem com o peso da influência às costas, a que inventou e a que quis passar aos outros nas suas listas de leitura, como esta - que se chama Genius. nele não entra Ginsberg, mas Pessoa, claro, e Eça de Queirós, Camões. Saramago deve estar na secção Future. a pensar seriamente, como já antes há tantos anos, dividir o tempo em lotes e atacar o problema de frente, isto é, o problema de falta de vida para todas as páginas que preciso urgentemente de ler agora neste momento. o problema empilha-se nos cantos da casa. diz Bloom: "the study of mediocrity, whatever its origins, breeds mediocrity." (esta foi para youknowwho)

este Genius, pela colocação em jogo xadrezístico dos peões do crítico, lembra os puzzles da casa/marinhas Perec. curioso o Lustre 17 que vai subindo em crescendo Flaubert, Queirós, Machado de Assis, Borges, Calvino.

inflorescências globosas, são as flores castanhas dos plátanos que se espalham como chuva nesta estação primaveril. no parque, as mesas de cimento fantasmagóricas sob os raios de luz infiltrados nas árvores de muitos anos. no ar uma chuva destas inflorescências que cobre depois o chão.

quando bebem café, o pequeno café português, gosto de ver os cotovelos das várias pessoas, em ângulos subtis ou dramáticos -por vezes as chávenas que se suspendem no ar enquanto o olho vagueia- a sequência de movimentos, um dois três quatro até ao fim da bebida e o cotovelo a pousar em descanso.

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