inventei um Adamastor de férias em Lisboa, instalado na torre de Belém depois de apanhar boleia de um grande navio de contentores chinês. e inventei a história da miúda que só comia comida verde. mas isto não tinha sido possível.
a mãe dedicou-se ao filho mais novo, cinco anos, no tratamento de um cancro. diz-se -diz o coro de um dos lados- que livre do cancro veio a morrer quase de repente de infecção pulmonar. não foi a mesma, a mãe. pouco tempo depois sofre um acidente e fica em coma, recupera, mas não foi a mesma, a mãe. diz-se - ainda o coro- que a filha mais velha foi posta numa escola pia, privada e pia. como uma família de aldeia, muito trabalho pouco estudo, reage à adversidade -a minha voz talvez. na escola a integração foi má, pelas superioras que não gostavam do muito trabalho e pouco estudo dos pais, pelas colegas que não gostavam da aldeia da filha. a mãe não foi a mesma. a professora esforçada, diz uma voz mezzo-solista, não consegue resgatar a rapariga do negligente lar. e salta um tenor conhecido do pai, nada disso, disse, é uma família às direitas, grandes festas de anos, uma casa feliz.
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