"Gosta o viajante de olhar para o interior destes estabelecimentos, fundos, tão fundos que antes de chegar ao balcão tem o cliente tempo de mudar de opinião três vezes sobre o que vai comprar. Adivinha-se que lá para trás há quintais, árvores de fruto, por exemplo nespereiras, aqui chamadas magnórios. E o viajante não pode esquecer as cores com que se pintam as casas, estes ocres vermelhos ou amarelos, estes castanhos-profundos. O Porto é um estilo de cor, um acerto, um acordo entre o granito e as cores de terra que ele aceita, com uma excepção para o azul se com o branco se equilibrar no azulejo." -Saramago na Viagem a Portugal.
light gazing, ışığa bakmak
Friday, July 16, 2010
magnórios
- - -
não há lá nada, tinham-me dito, não fica lá nem dez minutos. antigamente era onde passava os domingos, era a feira do porto, agora não há nada. mas havia a biblioteca e galeria municipal a que chamaram Almeida Garrett (lá dentro na entrada um expositor self-service com todos os livros de Saramago -servi-me) nos jardins com flores cruzados por bicicletas, vivem pavões. dezenas de crianças dentro do pavilhão globo, outras tantas no espaço infantil de uma biblioteca onde se mora facilmente. (sinto a diferença mas não a consigo definir) habituava-me a esta cidade cinza e ocre onde crescem plantas por todo o lado. cidade de casas altas e estreitas cortadas por janelas, três, e encimadas por cúpulas magníficas de vidro. cidade de vidro.
Publicado por Ana V. às 10:44 PM
TAGS Biblioteca de Babel, Porto, Saramago
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment